Nem vídeo gravado antecipadamente deve evitar novo vexame de Bolsonaro na ONU

O presidente deverá insistir nos seus “acertos” na política ambiental, além de voltar a fazer críticas à OMS

Bolsonaro em discurso na ONU (Foto: Reprodução/Youtube)
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O presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ) discursa nesta terça-feira (22) na 75ª edição da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). Por conta da pandemia do Coronavírus, o discurso de Bolsonaro será exibido em vídeo que já foi gravado na semana passada.

Nem isto, no entanto, deve afastar um novo vexame internacional do presidente. Seu discurso deverá tratar da questão ambiental, em função das queimadas na Amazônia e no Pantanal, mais uma vez se eximindo de responsabilidade.

Bolsonaro tem recebido duras críticas internacionais à sua política ambiental, inclusive de países responsáveis por cerca de 10% do que o agronegócio brasileiro faturou com exportações neste ano, de janeiro a agosto.

Alemanha, Dinamarca, França, Itália, Holanda, Noruega, Reino Unido e Bélgica, que assinaram carta ao governo brasileiro criticando "altas taxas" de "desflorestamento", compraram US$ 6,77 bilhões em produtos agropecuários do Brasil no período, o equivalente a 9,71% do que o setor vendeu ao exterior (US$ 69,6 bilhões).

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) do governo Bolsonaro, comandado por Ricardo Salles, anunciou no final de agosto a interrupção nas operações de combate ao desmatamento na Amazônia Legal e a queimadas no Pantanal realizadas pelo Ibama e pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio) em razão de um bloqueio de verbas realizado pelo próprio governo.

Críticas à OMS

É esperado ainda que Bolsonaro volte a fazer críticas à Organização Mundial da Saúde (OMS). Em junho, o presidente ameaçou seguir o presidente americano Donald Trump e deixar a OMS: “A OMS é o seguinte, o Trump cortou a grana deles, voltaram atrás em tudo. Um cara que nem é médico. Eu adianto aqui. Os Estados Unidos saiu. A gente estuda, no futuro: ou a OMS trabalha sem ideologia ou nós vamos estar fora também. Não precisamos de gente lá de fora dar palpite na saúde aqui dentro”, disparou o presidente brasileiro.

“Vexame”, “show de horror”, “ódio”

discurso do presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ) na abertura da 74ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, em setembro do ano passado, teve repercussão bastante negativa nas redes. Logo após a sua fala, adjetivos como “Vexame”, “show de horror”, “ódio”, “alucinação ideológica” entre outros foram os mais citados entre os internautas.

Vários memes também começaram a circular logo após o discurso. Em um dos mais vistos, a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, aparece dormindo durante a fala do presidente brasileiro.

Programação

O debate geral se inicia às 10h (horário de Brasília). Após a fala de Bolsonaro, serão transmitidos os discursos dos presidentes Donald Trump (Estados Unidos), Tayyip Ergodan (Turquia), Xi Jinping (China) e Sebastián Piñera (Chile).

A ONU informou que, para reduzir risco de contaminação pelo novo coronavírus, cada país terá um representante no hall da assembleia, em Nova York.

Apenas cerca de 200 pessoas ficarão no local, o que representa menos de 10% da capacidade do espaço.

Com informações do G1

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