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Por Bruno Stankevicius Bassi, no De Olho nos Ruralistas
Apenas um dia após a ministra Tereza Cristina afirmar, perante a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento da Câmara, que “não existe liberação geral” de agrotóxicos em sua pasta, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançou um novo ato concedendo novos registros de pesticidas.
Publicado nesta quarta-feira (10) no Diário Oficial da União, o Ato nº 24 autorizou mais 31 produtos, totalizando 152 agrotóxicos liberados nos primeiros cem dias do governo Bolsonaro.
A nova lista trouxe, até agora, a maior quantidade de pesticidas classe I, o grau mais elevado de risco toxicológico, segundo classificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a quem a ministra responsabilizou pelo número recorde de registros.
Dentre os 31 produtos liberados, 16 são classificados como “extremamente tóxicos”. Mais da metade da nova listagem. Considerando todos os produtos autorizados no ano, 44 são de classe I.
Isso contraria outra declaração dada pela ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) durante a audiência, a de que o governo trabalha pela substituição progressiva dos pesticidas mais perigosos por aqueles considerados menos tóxicos:
"Nós temos que mudar a legislação para que os produtos de baixa toxicidade tenham seu registro facilitado e possam chegar mais rápido ao mercado".
Dos 152 agrotóxicos liberados nos primeiros cem dias do ano, apenas 18 foram classificados pela Anvisa como “pouco tóxicos”.