Dallagnol admite "eventuais equívocos" e diz que afastamento da Lava Jato é "punição"

Se colocando no centro do que considera uma afronta a todo o MPF, Dallagnol diz que um possível afastamento do comando da Lava Jato seria "punição pelo trabalho contra a corrupção"

Deltan Dallagnol (Reprodução)
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Em artigo no jornal O Globo nesta quinta-feira (13), o procurador Deltan Dallagnol admite "eventuais equívocos" da Lava Jato e diz que os inquéritos sobre ele no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que podem afastá-lo do comando da força-tarefa é uma forma de "punição" pelo combate à corrupção.

"Nos termos em que parece estar sendo cogitado, o afastamento seria uma punição pelo trabalho contra a corrupção, tornaria letra morta a garantia de inamovibilidade de integrantes do Ministério Público e colocaria em xeque a própria credibilidade e independência da instituição", diz Dallagnol, se coloca no centro do que considera uma afronta ao próprio MPF.

Para o procurador, " o afastamento seria evidentemente desproporcional", pois o que considera "violência política de uma remoção compulsória está anos-luz distante das supostas infrações disciplinares que embasariam sua realização".

Dallagnol ainda admite os erros da Lava Jato, ressaltando que isso não significa que os procuradores cometeram crimes. "Eventuais equívocos da operação não significam que os procuradores praticaram ilícitos, pois é natural a divergência na interpretação de fatos e da lei", descreve.

Para ele, o "que existiram foram narrativas criadas para atacar a operação, distorcendo fatos e normas".