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Pré-candidato à presidência pelo Partido Novo, o ex-banqueiro João Amoêdo caiu em incoerências durante a entrevista que concedeu ao "Roda Viva", da TV Cultura, nesta segunda-feira (21).
Autodeclarado liberal e defensor da "renovação" na política, Amoêdo, quando confrontado por suas opiniões pelos jornalistas, disse ser um "liberal na economia" e um "conservador nos costumes".
A incoerência do pré-candidato ficou evidente quando usou o argumento da "liberdade dos indivíduos" para defender o porte da arma pouco tempo depois que respondeu a uma pergunta em que se colocou contra a prática do aborto. Para ele, com relação ao aborto, o Estado deve trabalhar com "prevenção". Já com relação ao porte de arma, afirmou, em um discurso que mais lembra ao do pré-candidato Jair Bolsonaro, que é preciso "desarmar o bandido, e não o cidadão de bem".
"Defendemos as liberdades com responsabilidade. Direito à legítima defesa (...) O fato é que o número de assassinatos cresceu no Brasil com o Estatuto do Desarmamento em vigor. Quem a gente precisa desarmar não é o cidadão de bem, mas o bandido. Em respeito às liberdades, somos à favor", afirmou, mesmo sendo confrontado pelos jornalistas com dados de outros países que mostra que o número de homicídios aumenta quando o porte de arma é liberado.
Duas jornalistas presentes na bancada, então, rebateram Amoêdo, apontando a incoerência em utilizar o argumento da "liberdade do indivíduo" para defender o porte de arma mas ser contra decisões individuais como o direito de poder abortar legalmente ou consumir drogas.
Com relação à temática do aborto, o ex-banqueiro tergiversou e disse que ele, particularmente, é contra, mas que seu partido, o Novo, apresentará candidaturas que são à favor e que, portanto, o cidadão poderá escolher. Quanto à descriminalização das drogas, disse que "prefere aguardar" para observar as experiências de outros países.
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