Nora de empresária que vendeu leite condensado ao governo Bolsonaro também tem contratos com o Exército

Loja de materiais de construção no DF já recebeu mais de R$ 7 milhões do governo federal

Foto: Agência Brasil
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A nora de Azenate Barreto Abreu, empresária que teria vendido R$ 15 milhões em leite condensado ao governo de Jair Bolsonaro em 2020, também tem uma empresa com contratos com o governo federal. Ao todo, a mulher já recebeu mais de R$ 7 milhões em repasses desde 2015.

Cynthia Nascente Schuab, esposa de Elvio Rosemberg da Silva Abreu Júnior, aparece como proprietária da Schuab Abreu Engenharia e Soluções Eireli, loja de materiais de construção do Distrito Federal com capital social de R$ 300 mil.

Segundo informações relatadas no Portal da Transparência, a loja fechou inúmeros contratos com o governo ao longo dos anos. Apenas em dezembro de 2020, foram 38 repasses que totalizam mais de R$ 142 mil. Todos para o Ministério da Defesa.

A Fórum tentou entrar em contato com Cynthia, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.

Elvio Jr., filho de Azenate e esposa de Cynthia, foi segundo-tenente temporário de Infantaria do Exército. Ele é sócio-administrador da DFX Comércio e Importação Eireli, fornecedora de uniformes e tecidos, que também teve contratos com o governo federal. Ao todo, foram R$ 25 milhões repassados pelo governo.

Já Azenate, proprietária da “Saúde & Vida Comercial de Alimentos Eireli”, teve contratos com o Ministério da Defesa que totalizaram cerca de R$ 12 milhões apenas em 2020. A empresa fornece alimentos para os militares, que vão desde feijão e carnes até leite condensado. Um dos sócios da mulher, Walmerson Ryller Candido de Araújo, foi terceiro sargento do Exército.

A defesa da Saúde Vida Alimentos nega a venda milionária de leite condensado ao governo Bolsonaro e afirma que vendeu apenas duas caixas do produto, contendo 27 unidades cada, por R$ 324.

“A empresa nunca fechou qualquer contrato no valor de R$ 15 milhões para o fornecimento de leite condensado, para qualquer órgão do governo, tampouco fechou qualquer contrato no valor de R$ 12 milhões”, disse.