“Nós não vamos largar a sua mão, presidente Lula", diz Gleisi na virada de ano no acampamento Lula Livre

TromPetista esteve presente e saudou a chegada de 2019 em frente à sede da Polícia Federal em Curitiba, onde Lula está preso desde 7 de abril de 2018.

Foto: Ricardo Stuckert
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por René Dantas, especial para a Fórum* “Nós não vamos largar a sua mão, presidente Lula. Não há hipótese disso acontecer”. As palavras da presidente do PT, senadora e deputada federal eleita, Gleisi Hoffman, deu o tom à virada de ano no acampamento da Vigília Lula Livre, em frente à sede da Polícia Federal, em Curitiba, onde o ex-presidente está preso desde 7 de abril de 2018.. “Tenha certeza que estaremos ao seu lado, em todos os momentos, naquilo que for necessário para enfrentar essa justiça”, afirmou Gleisi, diante da audiência com representantes e simpatizantes de todos os estados do país. Leia também: “2019 será um ano de muita resistência e muita luta”, diz Lula em mensagem de ano novo A virada do ano no Acampamento da Vigília Lula Livre começou com um pequeno desentendimento entre uma moradora da região e os visitantes das caravanas que chegavam de todo o Brasil. Os acampantes permanentes da vigília conseguiram, através de doação e apoio dos partidos e dos movimentos sociais, a locação de um terreno que fica em frente ao prédio da sede da Polícia Federal. No entanto, com as festas de fim de ano, o espaço destinado às atividades não comportou a quantidade de apoiadores, que tomaram a rua nessa terça-feira (31). A polícia foi acionada, mas o conflito foi resolvido pacificamente com a obstrução da região, que, pela dimensão do evento, ficou disponível para o ato-festa da virada. Na programação, que previa os já tradicionais “bom dia, boa tarde e boa noite, presidente Lula”, artistas, militantes de movimentos sociais e representantes de partidos se pronunciaram em Ato Político. As falas, direcionadas aos presentes e ao ex-presidente - que consegue escutar os atos de sua cela -, se referiram, principalmente, à condenação sem provas pela qual afirmam que Lula foi submetido, à indignação pela cassação dos seus direitos políticos, que inclusive contrariou uma recomendação da ONU, e à necessidade de resistência frente ao governo de extrema-direita que será empossado em Brasília - sempre em tom de ânimo. [caption id="attachment_146994" align="alignleft" width="300"] Foto: Ricardo Stuckert[/caption] "Não vamos nos calar" O PT, acompanhado do PSOL, do PCdoB e membros de outros partidos progressistas, optou por não participar da posse de Jair Bolsonaro. “Não podemos participar da posse de um homem que quer exterminar os seus adversários, acabar com o PT, acabar com os movimentos sociais. Nós respeitamos o voto, sim, sempre respeitamos e sempre respeitaremos. Mas jamais admitiremos que o voto seja utilizado para fortalecer o ódio, para fazer perseguição, para pregar a morte. Jamais admitiremos! Começa amanhã, presidente Lula, uma resistência sem fim e uma luta para que mude essa situação no Brasil. Não vamos nos calar!”, disse a presidenta do PT, após saudar os militantes da vigília, os partidos apoiadores da campanha “Lula Livre”, como o PCO e o PSOL, as centrais de trabalhadores e movimentos sociais, como a CUT, a APEOESP, a UNE e o MST, que mantêm a vigília abastecida com alimentos e doações. Luiz Marinho, que foi candidato ao governo do estado de São Paulo, pelo PT, e ex-prefeito de São Bernardo do Campo (SP), também se pronunciou: “É importante lembrar que nós derrotamos a ditadura militar, que nós construímos tijolo por tijolo, no início. E hoje, nós já temos um importante legado dos governos Lula-Dilma. Nós temos as estruturas montadas. Na década de 1980, nós não tínhamos o vigoroso MST, estávamos iniciando o nosso PT, iniciando a Central Única dos Trabalhadores (CUT), as centrais de movimentos populares. Agora, nós temos essas estruturas montadas, portanto, partimos de um patamar superior. Podemos ter esperança renovada, esperança consistente de que é plenamente possível mais uma vez construir a vitória do povo brasileiro”. Após o ato político, a vigília recebeu um ato inter-religioso para a sagração da chegada do novo ano. Quando a virada já se aproximava, o famoso tromPetista, que esteve presente em manifestações em todo o país, chegou em um carro de som, saudado pelas luzes dos celulares, flores de papel produzidas pelo Coletivo Flores pela Democracia e velas. O dia terminou com a leitura da carta que o ex-presidente escreveu ä vigília, que já completou 270 dias de permanência. René Dantas é jornalista