“O Legislativo não pode ser a mão invisível do governo Bolsonaro”, afirma José Guimarães

Questionado sobre a aliança para a eleição à presidência da Câmara e um possível descumprimento de promessas de Rodrigo Maia e Baleia Rossi, o deputado afirmou que “traição em política sempre haverá”

José Guimarães (Foto: Divulgação)
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O deputado federal José Guimarães (PT-CE), líder da Minoria da Câmara, reafirmou a importância de o PT ter oficializado aliança em apoio a Baleia Rossi (MDB-SP) para a eleição à presidência da Câmara. Em sua análise, é fundamental manter a independência do Legislativo, que “não pode ser a mão invisível do governo Bolsonaro”.

Em entrevista ao Fórum Café, na manhã desta terça-feira (5), Guimarães afirmou que a formação do bloco de apoio ao candidato de Rodrigo Maia (DEM-RJ) tem como objetivos centrais eliminar o mal maior, que são as ações do governo Bolsonaro, e garantir a unidade da esquerda.

Questionado se não teme uma traição por parte de Maia e o próprio Baleia Rossi, nomes ligados a políticas neoliberais, o petista reconheceu que há esse risco. “Traição em política sempre haverá, inclusive na esquerda. Mas temos um documento assinado, no qual há compromissos importantes”.

Entre esses compromissos, segundo o deputado, estão temas importantes. “Não haverá discussões sobra pautas de costumes e também não estão programadas privatizações em 2021, da Eletrobrás, dos Correios e da Petrobras”, cita Guimarães.

Independência e legado

Em relação a determinadas cobranças que o PT sofre em função da aliança, ele ressalta: “Não estamos cedendo. O PT vai manter sua independência e seu legado. A aliança vai permitir, por exemplo, que o bloco de esquerda escolha os quatro cargos mais importantes depois da presidência da Câmara, que é uma eleição à parte”, destaca.  

O parlamentar ressalta que uma candidatura própria, tese derrotada internamente no partido, não teria êxito: “Não adiantaria o PT e o PSOL lançarem um candidato para depois apoiar o Rossi no segundo turno, pois perderíamos poder de negociação. E se o candidato do Bolsonaro ganhasse no primeiro turno”?, questiona.

Assista à entrevista:

https://youtu.be/CPXzk_x-jfE