Omar Aziz: CPI não convocará Michelle para não entrar no "joguinho" de Bolsonaro

"Até porque, se não, a gente entra no joguinho do Bolsonaro: 'Estão mexendo com minha família, minha esposa é uma santa'", disse Aziz, ao justificar o motivo de não convocar Michelle Bolsonaro, citada em mensagens sobre compra superfaturada de vacina

Michelle observada por Osmar Terra e Jair Bolsonaro durante discurso no Planalto (Foto: Clara Angeleas/Ministério da Cidadania)
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O presidente da CPI do Genocídio, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou nesta segunda-feira (12) que a comissão não vai convocar a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, citada em mensagens no celular do PM Luiz Paulo Dominghetti na negociação para compra superfaturada de vacinas contra a Covid-19.

"Não, não vamos convocar. Tem muita gente que tira proveito para mostrar intimidade com poder. Tem que ter muito cuidado com isso", disse Aziz.

O senador afirmou que, ao convocar Michelle, a CPI entraria no "joguinho" de Bolsonaro.

"Até porque, se não, a gente entra no joguinho do Bolsonaro: 'Estão mexendo com minha família, minha esposa é uma santa'. A gente se antecipa logo para não misturar as coisas e ser diferente dele", disse Aziz ao Estadão.

Além de Michelle, as mensagens no celular de Dominghetti sugerem que Bolsonaro teria envolvimento direto na negociação com pedido de propina para a compra da vacina indiana Covaxin.

A mensagem é de 8 de março e foi encaminhada por Dominghetti a um contato identificado como “Rafael Compra Deskartpak”. “Manda o SGS [certificado que garante que a vacina passou por todas as etapas exigidas por órgãos reguladores]. Urgente. O Bolsonaro está pedindo. Agora”, escreveu o policial.