Orlando Silva: “Quero governar São Paulo inspirado em Flávio Dino”

O pré-candidato afirmou ainda que apesar de Lula ter sido um “extraordinário presidente”, “o PT é parte do passado. E o PSOL é uma espécie de PT retrô, dos anos 1980”

O deputado Orlando Silva (Foto: Luís Macedo/ Câmara dos Deputados)
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O pré-candidato à prefeitura de São Paulo pelo PCdoB e deputado federal, Orlando Silva Jr. afirmou, em entrevista à Folha de S.Paulo, publicada nesta quarta-feira (12), que pretende administrar a cidade inspirado em Flávio Dino, governador do Maranhão que é do seu partido, o PCdoB.

Perguntado como será fazer campanha por um partido que tem no nome o comunismo, demonizado por Bolsonaro e a direita, Orlando respondeu que “pelo Bolsonaro, 80% do Brasil é formado por comunista. A minha perspectiva sempre foi a de construir uma sociedade justa, com igualdade de oportunidades e comunhão. Um governo comunista é como o do Maranhão, que o Flávio Dino [PC do B] faz. Quero governar São Paulo inspirado em Flávio Dino”, disse.

Baiano que vive em São Paulo há 28 anos, Orlando disse que pretende centrar sua campanha na luta contra o racismo e o combate a problemas na periferia. “Decidi que meu partido deveria ter candidato no segundo turno da eleição de 2018, quando vi Mano Brown falar que, se [um partido] deixou de entender o povão, já era. Se não falar a língua do povo, vai perder de novo. Ali passei a refletir: temos que aprender com o povo”, disse.

Nascido e criado na periferia de Salvador, Orlando diz ainda que para “uma liderança política negra enfrentar o racismo estrutural é diferente de uma que ouve dizer o que é o racismo”, tentando se descolar de Jilmar Tatto (PT) e Guilherme Boulos (PSOL), concorrentes do seu campo político.

Para tal, diz que, apesar de Lula ter sido um “extraordinário presidente”, “o PT é parte do passado. E o PSOL é uma espécie de PT retrô, dos anos 1980. Vou, com a minha experiência de vida e pessoal, valorizar a minha condição de negro e debater a representatividade na política. Não serão os brancos que vão romper com o racismo estrutural”.

Orlando disse ainda que não existe nenhuma chance de retirar a sua candidatura para apoiar alguém do campo da esquerda.

Leia a entrevista completa na Folha