Padilha chama Moro de "Sérgio Bolsonaro" e indaga: "vai flexibilizar posições éticas em governo que já nasce maculado?"

Em seu texto, Padilha que não é preciso "de Sherlock Holmes, ou de Capitão Nascimento, ou mesmo do deputado Fraga para concluir o óbvio: ninguém movimenta recursos de maneira tão anormal quanto Flávio Bolsonaro e seu ex-assessor"

Sérgio Moro e José Padilha (Montagem/ Agência Brasil/ IMDB)
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O cineasta José Padilha, que dirigiu os filmes Tropa de Elite, declarou em artigo na Folha de S.Paulo desta terça-feira (29) que o ministro da Justiça Sérgio Moro corre o risco de ficar conhecido como "Sérgio Bolsonaro" caso não tome nenhuma atitude em relação ao caso envolvendo movimentações suspeitas de Flávio Bolsonaro (PSL/RJ), filho de Jair Bolsonaro (PSL). Em seu texto, Padilha que não é preciso "de Sherlock Holmes, ou de Capitão Nascimento, ou mesmo do deputado Fraga para concluir o óbvio: ninguém movimenta recursos de maneira tão anormal quanto Flávio Bolsonaro e seu ex-assessor", referindo-se ao ex-PM, Fabrício Queiroz. E diz que, ao aceitar o cargo no governo, Moro "avalizou implicitamente o governo Bolsonaro". "Deu a este governo um carimbo de ética e de luta contra a corrupção. E, ao fazê-lo, colocou a sua biografia em jogo", declarou o cineasta. Ao lembrar a história do economista Eugênio Gudin (1886-1986) - que durante a transição do governo Vargas para o de Juscelino Kubitschek, "pediu o boné" assim que percebeu que o governo de Juscelino não seria orientado por visão liberal do controle dos gastos públicos -, Padilha indaga: "Pois bem: Sergio Moro vai flexibilizar as suas posições éticas para ficar em um governo que já nasce maculado?", e dá três opções para Moro lidar com a situação. "Primeiro, pode calar e consentir. Segundo, pode pedir o boné. E, por fim, pode atuar decisivamente em favor de suas convicções éticas, colocando todo o aparato policial e jurídico que tem a sua disposição para investigar o senador Flávio Bolsonaro". Leia o artigo completo na Folha de S.Paulo.