Para Ernesto Araújo, ditadura no Brasil é "questão de interpretação" que não compete a ele

No ano passado, o chanceler distribuiu livros do torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra para diplomatas

Ernesto Araújo | Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
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O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, respondeu nesta sexta-feira (7) a um ofício apresentado pelo deputado federal Marcelo Calero (Cidadania-RJ) dizendo que não cabe a ele dizer se houve ou não ditadura no Brasil. "Trata-se de uma questão de interpretação da história brasileira, que não compete ao Ministério das Relações Exteriores no contexto da presente consulta", foi o que respondeu o chefe do Itamaraty à pergunta apresentada pelo parlamentar, segundo a colunista Bela Megale, do O Globo. Araújo foi questionado por Calero após entregar o livro "A Verdade Sufocada", do torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, para representantes diplomáticos do país. "A atual gestão do Ministério das Relações Exteriores nega a existência de uma ditadura no Brasil, implementada pelo golpe militar de 1º de a de abril de 1964?", dizia a pergunta de Calor. Insatisfeito com a resposta do ministro, o parlamentar criticou Araújo pelo Twitter. "Como descrito na nota de Bela Megale, o absurdo consta de uma resposta a um requerimento que fiz ao Itamaraty, que, por sua vez, foi motivado por uma nota da jornalista. O trabalho da imprensa livre e de fiscalização do parlamento são cada vez mais essenciais para a democracia", disse. Em março do ano passado, Araújo disse em audiência na Câmara não considerar que houve um golpe em 1964.  “Não considero 64 um golpe, mas um movimento necessário para que o país não se tornasse uma ditadura”, afirmou na ocasião. https://twitter.com/caleromarcelo/status/1225918896793948161 https://twitter.com/caleromarcelo/status/1225918896793948161