Juca Ferreira: incêndio é fruto da boçalidade do atual governo e da cumplicidade do seu ministro

Para o ex-ministro da Cultura, “o incêndio nos diminuiu, a todos nós brasileiros. Me deu a impressão que o Brasil chegou a um ponto onde jamais teria que ter chegado”

Foto: Agência Brasil
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O ex-ministro da Cultura de Lula e Dilma, Juca Ferreira, disse, com exclusividade à Fórum, nesta segunda-feira (3), que o incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro “é fruto do descaso com a cultura, das verbas pequenas, da boçalidade do atual governo, da cumplicidade do ministro (Sérgio Sá Leitão, atual ministro da Cultura), que tinha experiência pra saber que o Brasil precisa de um ministério da Cultura, precisa de recursos pra cultura, mas parece que ele tá cuidando mais do futuro dele”, disse. Sobre Leitão, Juca lembrou ainda que “ele declarou há um tempo atrás que o Brasil não precisava de um ministério da Cultura. Isso faz parte de um projeto neoliberal, não há uma base civilizatória, nem projeto de desenvolvimento, só tem circulação de mercadorias, eles só veem cifrão pela frente”, alertou. Impacto Gigantesco Para Juca, o impacto do incêndio para a cultura nacional é gigantesco. “Ontem eu demorei um pouco a acreditar na amplitude da destruição, pensei que tinha sido parcial, mas depois que eu vi que a perda era praticamente total, eu percebi o tamanho da tragédia”. O ex-ministro disse ainda que recebeu muitas mensagens de gente chorando. "Nos diminuiu, a todos nós brasileiros. Me deu a impressão que o Brasil chegou a um ponto onde jamais teria que ter chegado”, desabafou. Sobre os recursos à disposição da Cultura no Brasil, Juca fez outro desabafo. “Eu li que, neste ano, o orçamento do Museu Nacional foi de R$ 54 mil. Nós tivemos uma luta histórica, primeiro de Gilberto Gil e depois minha pra Cultura ser tratada como uma prioridade e ainda não é”. O ex-ministro lembrou que “a série histórica dos orçamentos do ministério nos governos tucanos foi de R$ 280 milhões. Com Lula, terminamos em 2010 com R$ 1,3 bilhão, isso fora o Fundo Setorial do Audiovisual, onde nós conseguimos mais R$ 1,3 bilhão. É uma luta histórica. Não há consciência nas elites brasileiras da importância da Cultura. É uma elite burra, tacanha, que pode vir a ter Bolsonaro como representante”, encerrou.