"Parece censura", diz Frota sobre "filtro" que Bolsonaro quer impor à Ancine

Presidente anunciou que a Agência Nacional de Cinema (Ancine) será extinta se não puder impor "filtros"; para o deputado governista, trata-se de censura

Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Escrito en POLÍTICA el
De apoiador ferrenho, o deputado federal Alexandre Frota (PSL-SP) vem se tornando um dos principais críticos de Bolsonaro dentro de sua base de apoio. À coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, publicada neste sábado (20), o parlamentar disparou contra a ideia do presidente de impor "filtros" à Agência Nacional de Cinema (Ancine). "Parece com censura", disse, antes de fazer uma comparação um tanto quanto sensata. “‘Bruna Surfistinha’ foi uma boa produção que empregou muitos profissionais. Não tenho nada contra. Mas o Jair [Bolsonaro] tem a opinião dele. Eu, por exemplo, não assistiria ‘Superação: O Milagre da Fé’ e ele gostou. São gostos diferentes”, afirmou. Bruna Surfistinha A agência virou o novo alvo preferencial da política de extermínio cultural do presidente nesta semana, após ele fazer críticas ao que considera projetos “absurdos” aprovados pelo órgão. Bolsonaro disse que “não admite ver filmes como Bruna Surfistinha sendo apoiado com dinheiro público”. A declaração foi rebatida por Antonia Pellegrino, roteirista do filme: “Cegueira e ignorância levam à censura“. Deborah Secco, atriz que interpreta a ex-prostituta no filme, também criticou a declaração do presidente. "Uma das funções da arte é essa, fazer com que a gente consiga debater questões que podem ser esquecidas ou são escondidas", disse. A própria Bruna Surfistinha também se pronunciou. Em áudio enviado à Fórum por sua assessoria de imprensa, a empresária classificou a declaração como “infeliz” e disse que, antes de fazer juízo de valor, o presidente deveria “cuidar da moral de sua própria família”.