Partidos de Bolsonaro e Mourão pagaram empresa que administra sites e páginas de fake news com verba pública

PRTB, de General Mourão, pagou ao menos R$ 25 mil com recursos do fundo partidário no fim do ano passado. Em maio, deputado reeleito do PSL, de Bolsonaro, usou R$ 8 mil da cota parlamentar para pagamento da empresa.

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O PSL, partido do presidenciável Jair Bolsonaro, e o PRTB, que abriga o candidato a vice, General Hamilton Mourão, transferiram dinheiro público para a empresa sediada em São Paulo que administra ao menos 28 páginas e seis sites que distribuem fake news e materiais de apoio à candidatura dos militares. [caption id="attachment_142585" align="alignleft" width="300"] Ernani Fernandes e Thais Raposo Chaves (Foto: Reprodução)[/caption] De propriedade de Thais Raposo Chaves e Ernani Fernandes, a empresa Raposo Fernandes Associados (RFA) - por meio da Novo Brasil Empreendimentos Digitais LTDA -, administra páginas de apoiadores de Jair Bolsonaro e também de supostos "movimentos sociais", que disseminam fake news produzidas por sites que foram criados por eles com nomes parecidos aos de jornais tradicionais, como Correio do Poder, Crítica Política, Folha Política, Gazeta Social e Política na Rede. Segundo levantamento do jornal O Estado de S.Paulo, em parceria com a organização internacional de campanhas e mobilização social Avaaz, somente nos últimos 30 dias, os endereços administrados pela empresa para disseminação de fake news alcançaram 12,6 milhões de interações no Facebook - para se ter uma ideia, o jogador Neymar teve 1,1 milhão de interações e cantora Madonna, 442 mil. O maior puxador de interações da RFA é uma página chamada Movimento Contra Corrupção (MCC), de uma entidade criada por Ernani, Thais e outros membros em 2013, no auge dos protestos de rua. Reportagem do site The Intercept Brasil mostra que a empresa de Thais e Ernani receberam ao menos R$ 25 mil diretamente do PRTB, partido de Levy Fidélix e General Mourão, no final do ano passado. A Novo Brasil Empreendimentos Digitais também recebeu R$ 8 mil em maio deste ano da cota parlamentar do deputado reeleito Delegado Francischini, do PSL, partido de Bolsonaro, um dos mais ativos apoiadores do capitão da reserva nas redes sociais.