Passista é impedida de desfilar por ter tatuagem de Bolsonaro. Escola diz não compactuar com escolha

A escola Unidos de Vila Maria diz ainda que “zela pela alegria, irreverência e cidadania de seus componentes”

Foto: Reprodução
Escrito en POLÍTICA el
Um dos destaques da escola de samba paulistana Unidos de Vila Maria, a passista Erika Canela, de 27 anos, foi impedida de desfilar, no carnaval deste ano, por ter tatuado no corpo um desenho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) com “arminha” nas mãos e faixa presidencial. A Unidos de Vila Maria confirma impedimento e diz não “compactuar” com a escolha da jovem. A escola diz que “zela pela alegria, irreverência e cidadania de seus componentes”. A escola recomendou que ela não desfilasse após a repercussão negativa de uma entrevista onde ela disse que iria mostrar a tatuagem durante o desfile. “Não vou poder mais desfilar. Tudo aconteceu depois que dei uma entrevista falando que mostraria a tatuagem do Bolsonaro na avenida e recebi muitas críticas. Fui muito discriminada por isso, me xingaram. Com isso, soube que a Liga das Escolas de Samba teria entrado em contato com a Vila Maria, falando que eu não poderia desfilar. Aí a escola entrou em contato comigo e resolvemos que não vou mais desfilar. Não quero prejudicar a Vila Maria de forma alguma”, contou.
No Instagram, ela recebeu vários comentários negativos: “Uma negra defendendo o Bolsonaro, que absurdo”; “Você prestando homenagem para o Bolsonaro e ele fazendo tudo de ruim”; ” Que absurdo você querer se promover com política, nem sabe do que está falando. Só quer polemizar.” A tatuagem de Bolsonaro foi feita por Erika no fim de 2018, assim que ela soube o resultado da eleição. Na época, ela compartilhou o novo desenho e escreveu: “Qualquer semelhança é mera coincidência D. Trump x Bolsonaro. Direitas e conservadores. Mudança que o Brasil precisava. E que comece o mimimi”. Com informações do Catraca Livre