Paulo Guedes x Rodrigo Maia, a mais nova crise do governo Bolsonaro

Ministro da Economia criticou as mudanças no projeto apresentado ao Congresso. 'Daqui a 5 ou 6 anos vai ter outra reforma', disse

O ministro Paulo Guedes - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta (14) que a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo relator Samuel Moreira (PSDB-SP) cede a privilégios e aborta a proposta de capitalização, gerando necessidade de nova reforma para daqui a 5 ou 6 anos. "Eles [deputados] mostraram que não há compromisso com as novas gerações. O compromisso com os servidores públicos do Legislativo foi maior do que o com as novas gerações", criticou Guedes, em entrevista após deixar evento no Rio.

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O relatório apresentado nesta quinta por Moreira manteve pilares considerados importantes pelo governo, como a idade mínima, mas mudou as regras de transição para funcionários públicos e retirou estados e municípios do debate. "Eu acho que houve um recuo que pode abortar a Nova previdência. As pressões corporativas de servidores do legislativo forçaram o relator a abrir mão de R$ 30 bilhões para os servidores do legislativo que já são favorecidos no sistema normal", disse Guedes. O ministro da Economia defende que a economia de R$ 1,2 trilhão em dez anos era fundamental para instituir o modelo de capitalização na Previdência dos brasileiros que ainda não entraram no mercado de trabalho. Nesta sexta, ele disse que esperava que o Congresso alterasse sua proposta para mudanças no BPC (o benefício para idosos) e na aposentadoria rural, o que garantiria economia de R$ 1 trilhão, mas não previa o recuo na regra de transição. "Recuaram na regra de transição e como ia ficar feio recuar só para os servidores, estenderam também para o regime geral é isso custou R$ 100 bilhões", afirmou, calculando a economia da nova proposta em R$ 860 bilhões, contra os R$ 913 bilhões divulgados pelo relator. Coletiva As críticas de Guedes provocaram nova crise entre executivo e legislativo. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), convocou uma coletiva para esta sexta. Ele pretende rebater as declarações do ministro da Economia. Até lá, a cúpula da comissão especial mantém silêncio. Com informações G1 e Folha