Influenciadores e youtubers bolsonaristas criaram uma rede de apoio nas redes sociais para impulsionar novos canais que adotam a pauta pró-governo. Com isso, novatos no YouTube conseguem receber até R$ 100 mil mensais da plataforma após um ano de produção de vídeos, segundo estimativa da consultoria Quaest. Os canais maiores podem alcançar R$ 150 mil.
Através do WhatsApp ou Twitter, os influenciadores passam orientações sobre os assuntos que devem ser explorados nos vídeos.
"Eu presenciei uma organização entre youtubers bolsonaristas para que falassem nos vídeos sobre os assuntos em alta naquela bolha. Havia um grupo no WhatsApp com vários influenciadores. Bastava uma postagem em apoio ao governo para ser compartilhado por muitas contas e ver o número de seguidores aumentar", diz o estudante Felipe Ferreira, de 21 anos, em entrevista ao jornal O Globo. Em pouco mais de um ano, ele acumulou 560 mil inscritos em seu canal.
Os novatos que seguem as orientações dos influenciadores maiores acabam sendo recomendados por eles em seus canais, o que aumenta ainda mais o alcance dos vídeos. O YouTube paga entre US$ 0,25 e US$ 4,50 para cada mil visualizações.
De acordo com a consultoria, entre os canais mais lucrativos está o Terça Livre, de Allan dos Santos, alvo de duas operações da Polícia Federal e investigado nos inquéritos das fake news. A Quaest estima que Santos arrecade cerca de R$ 150 mil por mês no YouTube.