Pazuello tenta blindar Bolsonaro e filhos na CPI: "Esperava encontrar mais com eles"

"Vamos conversar, vamos conversar mais Pazuello", disse Flávio Bolsonaro que, pela primeira vez, acompanha um depoimento na CPI desde o início

Eduardo Pazuello e Flávio Bolsonaro na CPI do Genocídio (Montagem/ Fotos: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
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Acompanhado de perto por Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que pela primeira vez acompanha desde o início um depoimento na CPI do Genocídio, o ex-ministro Eduardo Pazuello busca blindar a todo custo Jair Bolsonaro (Sem partido) e o clã presidencial diante do interrogatório do relator, Renan Calheiros (MDB-AL).

"Eu esperava… Coloco aqui uma coisa interessante: da mesma forma como eu esperava ter mais conversas com o presidente, eu quero dizer que eu esperava poder conversar mais com o Flávio, Eduardo, com o Carlos…", disse Pazuello, sendo interrompido por Flávio.

"Vamos conversar, vamos conversar mais Pazuello", disse Flávio, interrompendo o ministro. "Presidente estou aqui. Se um filho não pode conversar com um pai, não entendo essa narrativa e onde o relator quer chegar, com todo o respeito", continuou Flávio, ao ser repreendido pelo presidente da Comissão, Omar Aziz (PSD-AM).

Antes, Pazuello deixou claro por diversas vezes que "todas as ações" frente ao Ministério da Saúde foram dele e que "as minhas posições e minhas ações nunca foram contrapostas pelo presidente".

"Em momento algum o Presidente da República me encaminhou me orientou ou me deu ordem para fazer nada. As minhas posições e minhas ações nunca foram contrapostas pelo presidente. As ações foram todas minhas", disse Pazuello.

Diante da insistência de Renan, que citou o Ministério da Saúde "paralelo", com depoimentos que citam Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), a médica Nise Yamaguchi e o deputado Osmar Terra (MDB-RS), Pazuello afirmou que Bolsonaro disse a ele que: "assunto de saúde quem trata é o ministro pazuello".

"Nenhuma vez fui chamado para ser orientado a partir de aconselhamentos externos. E seria um absurdo o Presidente da República não ouvir opiniões para que ele tome suas decisões. Dai até ele trazer de lá uma posição contrária ao ministério nunca houve", afirmou.