Petroleiros entram em greve contra o desmonte promovido por Bolsonaro na Petrobras

"O último Datafolha mostrou 68% é contra a privatização da Petrobras e nós consideramos nossa agenda uma agenda da sociedade brasileira e não apenas da classe petroleira", afirma Tadeu Porto, petroleiro diretor da FUP e do Sindipetro do Norte Fluminense

Greve dos petroleiros (Reprodução/FUP)
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Petroleiros e petroleiras de todo o Brasil iniciaram nesta segunda-feira (25) uma greve geral contra o desmonte promovido pelo governo Jair Bolsonaro na Petrobras, que vem comprometendo inclusive a segurança e a saúde dos trabalhadores. "A paralisação faz parte de uma agenda em defesa da Petrobras em diversos aspectos. A perspectiva que estamos trabalhando é o dos petroleiros e petroleiras, de terceiros, no mercado de óleo e gás. Do direito também à segurança e saúde dos trabalhadores, o que tem ficado cada vez mais difícil com o desmonte da empresa", afirma Tadeu Porto, petroleiro diretor da FUP e do Sindipetro do Norte Fluminense. Segundo ele, a greve ainda é uma oportunidade para poder explicar para a sociedade que a privatização da Petrobras é extremamente onerosa para o país. "O último Datafolha mostrou 68% é contra a privatização da Petrobras e nós consideramos nossa agenda uma agenda da sociedade brasileira e não apenas da classe petroleira". A Federação Única dos Petroleiros (FUP) divulgou neste domingo (24) uma carta aberta à população denunciando o desmonte da estatal e convocam os brasileiros e brasileiras a defenderem a empresa. "Sem dar ouvidos à opinião pública, a atual gestão da Petrobras vem implementando um processo gradual de enfraquecimento da companhia. Um importante sinal disso é o brutal corte de trabalhadores, o que contribui para as altas taxas de desemprego do Brasil. Em cinco anos, um em cada quatro trabalhadores da Petrobras foi desligado da empresa. Entre os terceirizados foram dois em três. São mais de 270 mil pessoas que perderam seu trabalho. Considerando suas famílias, podemos falar em mais de 1 milhão de pessoas atingidas". Greve O movimento tem tempo determinado e prossegue até a sexta-feira (29). A categoria vai manter a mobilização mesmo depois de decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que na sexta-feira (22) acatou pedido de liminar feito pela estatal impedindo a greve por considerar que o movimento põe em risco o abastecimento nacional de combustíveis. Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP) o tribunal decidiu que a greve será declarada ilegal caso haja desabastecimento. “Cientes da decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), os petroleiros deixam claro que sua mobilização não fere as determinações legais, mas sim se encaixam perfeitamente neste momento de especial atenção da população com o desmonte de instituições sólidas”, afirma a FUP, em comunicado distribuído à imprensa e publicado no site da entidade. Anda segundo a FUP, as paralisações ocorrerão parcialmente, sem prejuízo do abastecimento dos combustíveis e os trabalhadores vão aderir a ações voluntárias em prol da sociedade, como por exemplo, a doação de sangue (dentro da Semana Nacional de Doação de Sangue) e a limpeza de praias de todo o Brasil, que estão sendo atingidas pelo vazamento de óleo ainda inexplicado pelo governo de Jair Bolsonaro. “O vazamento do óleo é um dos exemplos dos desmontes deste governo. Se os dois comitês que integravam o Plano Nacional de Contingências para Incidentes de Poluição por Óleo em Água, não tivessem sido extintos em março, a Petrobrás poderia ter usado sua expertise para identificar e até conter o vazamento antes de tão grande estrago”, avalia o diretor geral da FUP, José Maria Rangel.