A Procuradoria-Geral da República (PGR) recomendou ao Ministério Público do Rio de Janeiro que modifique denúncia apresentada contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), o ex-assessor Fabrício Queiroz e outras 14 pessoas no caso do esquema de corrupção das rachadinhas.
Segundo informações da coluna do Guilherme Amado, no Metrópoles, a PGR atendeu a um pedido da defesa de Queiroz, que alegou que o MP do Rio usou provas que foram consideradas ilícitas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
“A imputação contida na denúncia deve ser clara, precisa e concatenada, para possibilitar ao denunciado o contraditório e a ampla defesa”, disse o subprocurador Osnir Belice em ofício.
Em fevereiro, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu anular a quebra de sigilo fiscal e bancário do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro no âmbito das investigações das rachadinhas.
Ana Cristina Valle
Segundo Marcelo Luiz Nogueira de Santos, ex-funcionário do clã, foi Ana Cristina Valle, então mulher de Jair, quem instalou o esquema de corrupção que ficou conhecido como “rachadinhas” nos gabinetes de Carlos Bolsonaro e Flávio.
Ela teria saído do comando do esquema, segundo o ex-funcionário, após Bolsonaro descobrir que era traído com bombeiro. O militar seria Luiz Cláudio Teixeira, que fazia a escolta da família no Rio de Janeiro.
Flávio Bolsonaro: 1 milhão com o esquema
Segundo o MP do Rio, Flávio Bolsonaro acumulou um patrimônio ilícito, entre 2010 e 2014 por meio da “rachadinha” que soma quase R$ 1 milhão. O valor está na denúncia apresentada em novembro de 2020 ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio e se refere à diferença entre as despesas da família do senador e a renda declarada pelo casal no período.
De acordo com o MP-RJ, Flávio e sua esposa não teriam como explicar gastos que somam R$ 977,6 mil no intervalo de cinco anos. Boa parte deles foi feito por meio de pagamento em dinheiro vivo ou a partir das contas do casal após serem abastecidas por depósitos em espécie.
A defesa do senador nega as acusações afirma que a denúncia contém “erros matemáticos”.?
A acusação não reúne todas as suspeitas que recaem sobre o senador. Flávio ainda é suspeito de desviar R$ 6,1 milhões dos cofres públicos, valor referente à soma de seus 12 ex-assessores na Assembleia Legislativa do Rio que, de acordo com a Promotoria, não trabalhavam.