PIB caranguejo? “Andou de lado”, diz Guedes sobre Produto Interno Bruto

O arsenal de desculpas esfarrapadas e justificativas inacreditáveis do ministro da Economia segue a todo vapor. Ele admite trimestre trágico, mas diz que manteve a responsabilidade fiscal. Que vantagem, não?

Paulo Guedes - Foto: Reprodução/Carta Capital
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na tarde desta quarta-feira (1°) que o PIB brasileiro “andou de lado”, em referência à informação divulgada mais cedo de que o Produto Interno Bruto do país recuou 0,1% no segundo trimestre de 2021.

A definição do ideólogo econômico de Bolsonaro foi mais uma no arsenal de desculpas esfarrapadas e justificativas inacreditáveis que o “Posto Ipiranga” dá para o caos vivido pela nação que já foi a 6ª economia do planeta e que hoje está nas cordas, numa crise que parece não ter fim e com a miséria avançando a passos largos.

A declaração foi dada durante o almoço de lançamento da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo, oportunidade que o ministro aproveitou para retomar a lenga-lenga sobre a “retomada em ‘v’ da economia”, um subterfúgio sem clareza, usado por ele sempre que as notícias do mundo real não correspondem às suas expectativas.

"A economia voltou em V, estamos crescendo novamente. Hoje saiu um dado que é praticamente de lado, foi 0,05% a queda do PIB. Quando dá 0,05%, é arredondada para 0,1. Se fosse 0,04%, seria zero. É um negócio mínimo, não faz mal", afirmou.

Guedes admitiu ainda que o trimestre foi trágico, atrelando o cenário à pandemia da Covid-19, já que o dado é sobre o período em que a segunda onda da doença atingiu fortemente o país. Ele tentou ver o lado positivo, ao alegar que o governo manteve a reponsabilidade fiscal. Só falta agora explicar isso aos milhões de brasileiros desempregados e em difíceis condições, que veem o pouco dinheiro conseguido derreter com a crescente inflação.

"Foi o trimestre mais trágico, quando a pandemia abateu mais brasileiros. Foi abril, maio e junho deste ano, com a segunda onda. Foi justamente quando entrou de novo o auxílio emergencial, a expansão dos programas de assistência. Nós mantivemos a responsabilidade fiscal de um lado e o compromisso da saúde dos brasileiros de outro lado”, explicou.