Pivô de crise no DEM, ACM Neto admite que partido poderia apoiar Bolsonaro em 2022

Presidente da legenda foi responsável por debandada de última hora em favor do bolsonarista Arthur Lira, após negociata que lhe deu o direito de aparelhar o Ministério da Educação com seus aliados

ACM Neto e Bolsonaro - Foto: Alan Santos/PR
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A eleição para escolher o novo presidente da Câmara dos Deputados teve como um dos principais efeitos colaterais o racha no DEM. Até o sábado (30), o partido dava sinais de que apoiaria a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP), mas na última hora, metade da sua bancada mudou de lado e votou no bolsonarista Arthur Lira, que acabou vencendo a disputa.

Essa movimentação de última hora frustrou os planos de um dos líderes da legenda, o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas se adequou às necessidades do presidente nacional do partido, ACM Neto.

O ex-prefeito de Salvador foi um dos responsáveis pela mudança de orientação dessa metade da bancada que debandou para o lado do bolsonarismo. Em sua negociação com o governo, recebeu a promessa de que poderá indicar vários nomes de aliados do carlismo ao Ministério da Educação.

Em entrevista à Folha de São Paulo, nesta quarta-feira (3), ACM Neto tentou manter certa distância do governo de Jair Bolsonaro, mas não muito.

Em suas declarações, Neto mostrou que seu objetivo é apenas não deixar que o partido seja afetado pelo rótulo de “radical” ou “extremo”. Mesmo assim, admite que DEM poderia sim apoiar a candidatura de Jair Bolsonaro à reeleição em 2022.

“Não somos oposição e não temos intenção de aderir à base do governo. A discussão de 2022 vai ter sua hora certa para começar (…) seja Doria, Bolsonaro, Huck, Ciro, Mandetta, qualquer um dos nomes, vamos saber com o passar do tempo se vai ter mais ou menos chance”, explicou ACM Neto, em conversa com o jornal paulista.