Pochmann critica reforma de Guedes e diz que CBS "é quase nada"

A reforma tributária apresentada pelo governo adiou os planos de recriação da CPMF, mas trouxe um novo tributo

Paulo Guedes (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
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O economista Marcio Pochamann, ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e professor da Unicamp, criticou a reforma tributária apresentada pelo governo de Jair Bolsonaro nesta terça-feira (21). A proposta cria um novo tributo, a CBS, e deve ser ainda incrementada em agosto com uma "nova CPMF".

"Juntar contribuições já existentes é quase nada, não fosse a sanha de poder virar CPMF", disse Pochmann à Fórum ao comentar sobre o CBS.

Para o economista, a proposta revela que o governo desconhece "na prática o funcionamento do sistema tributário brasileiro". "A CBS distancia-se da solução da regressividade existente, muito menos rompe com o fato de rico pagar pouco tributo no Brasil", definiu.

novo imposto unifica os tributos federais sobre consumo, PIS e Cofins, em uma alíquota de 12%. A nova CPMF, que promete incidir sobre operações financeiras digitais, deve aparecer na segunda parte da reforma de Guedes, que pode ser apresentada em agosto.

A economista Débora Freire, professora da UFMG, ironizou a proposta: “Na história, tributos suscitam revoluções (e golpes). Mais fácil colocar camisa de força nos gastos do que mexer na estrutura tributária. Agora veremos, de fato, o vespeiro”.