Polícia Federal estaria monitorando extremista de direita em SP e Brasília

Reportagem da Agência Pública afirma que relatório da PF prevê sérias tensões na maior cidade do país e na capital federal nos atos golpistas marcados por Bolsonaro e já teria plano emergencial

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Uma reportagem da Agência Pública veiculada nesta sexta-feira (3) informa que o setor de inteligência da Polícia Federal vem monitorando extremistas de direita que podem causar distúrbios nos atos golpistas convocados pelo presidente Jair Bolsonaro para o 7 de setembro, Dia da Independência. As ações, diz a matéria, poderiam trazer consequências para os dias seguintes ao feriado.

De acordo com os relatórios aos quais a Pública teve acesso, os agentes federais esperam por momentos de séria tensão em São Paulo, a maior cidade do país, e em Brasília, a capital federal, que abriga o Congresso Nacional e a sede do poder Judiciário, o Supremo Tribunal Federal, constantemente ameaçado por Bolsonaro.

O monitoramento dos movimentos extremistas ligados e de apoio ao presidente vem sendo realizado pelo Centro de Inteligência do Exército (Ciex), pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e pela Diretoria de Inteligência da Polícia Federal, que traçou um cenário hipotético no qual grupos radicais de direita cruzam com radicais de esquerda (já que manifestações contrárias a Bolsonaro foram marcadas nessas cidades na mesma data), causando distúrbios e choques.

Líderes de movimentos e de entidades de classe alinhados ao discurso antidemocrático de Jair Bolsonaro, assim como caminhoneiros, produtores rurais, evangélicos e policiais militares e civis estariam sendo acompanhados de perto nas redes e em aplicativos de mensagens, ainda que as atenções estejam mais voltadas para grupos extremistas de caráter paramilitar, com o “300 do Brasil”, que no ano passado jogou fogos de artifício contra o prédio do STF.

Independência da PF

“A PF está cumprindo seu papel. Faz investigação judicial com o crivo do Ministério Público Federal”, disse o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Luiz Antônio Boudens, à reportagem da Pública.

E ao que consta, a não contaminação da PF por grupos ideológicos ligados ao bolsonarismo está incomodando o governo e seus aliados. O deputado Arthur Maia (DEM-BA), da base de apoio ao presidente na Câmara, tentou até embutir um dispositivo no texto da reforma administrativa que proibiria o STF de selecionar os delegados da PF que conduzem inquéritos abertos pela corte, já que o ministro Alexandre de Moraes andou descartando alguns nomes com notória simpatia a Bolsonaro, nomeando autoridades policiais independentes, que só assim puderam fortalecer as investigações contra acusados que têm proximidade com o Planalto.

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