Polícia identifica autor de ameaças a Talíria Petrone, vereadora de Niterói amiga de Marielle

Suspeito prestou depoimento na Delegacia, mas não foi detido, pois as ameaças configuram como um crime de menor potencial ofensivo

A deputada federal Talíria Petrone do PSOL-RJ - Foto Reprodução
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[caption id="attachment_129475" align="alignnone" width="1280"] "Foram feitas ligações sistemáticas para a sede do PSOL, me chamando de 'piranha', de 'vagabunda', dizendo que iam explodir a sede do partido, me matar com uma bomba", contou Talíria - Foto: Reprodução/YouTube[/caption] A Polícia Civil identificou e interrogou o homem que ameaçou de morte a vereadora Talíria Petrone (PSOL), de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. De acordo com o BOL, o nome do acusado não foi divulgado, mas ele admitiu ter feito as ameaças “por motivos políticos”. Mais votada do município, única mulher na Câmara Municipal, negra e feminista, Talíria era amiga da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada no último dia 14. Segundo o delegado Glaucio Paz, da 76ª DP (Niterói), o suspeito prestou depoimento na unidade, mas não foi detido, pois as ameaças configuram como um crime de menor potencial ofensivo. O caso, de acordo com Louise Queiroga, do Extra, foi encaminhado para o Juizado Especial Criminal (Jecrim). As ameaças à vereadora tiveram início nas redes sociais. “Desde o começo do mandato, numa Câmara majoritariamente conservadora, com muitos representantes da extrema direita, sofro ameaças”, contou a vereadora. “Enfrento muitas reações: são ataques sistemáticos nas redes sociais, em que sou chamada de 'vagabunda', em que dizem que se me encontrarem na rua vão 'meter uma bala na minha cara', para eu 'voltar para a senzala'”. Depois, a hostilidade ficou mais visível. A sede do PSOL em Niterói foi invadida por um homem armado, que ameaçava a vereadora. Segundo assessores, latas de tinta são mantidas na sede só para apagar pichações contra ela. Em eventos públicos, são comuns xingamentos e ameaças como “só matando mesmo”. "Mas chegou ao ápice em 14 de novembro, quando foram feitas ligações sistemáticas para a sede do PSOL, me chamando de 'piranha', de 'vagabunda', dizendo que iam explodir a sede do partido, me matar com uma bomba”, contou Talíria. Ela registrou queixa na 76ª Delegacia de Polícia, em Niterói.