Por apoio de Bolsonaro, SBT resgata slogan da ditadura militar: “Brasil, ame-o ou deixe-o”

Emissora de Silvio Santos passa a exibir uma série de vinhetas nacionalistas, inclusive com mensagens iguais às utilizadas durante os governos do regime militar

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[caption id="attachment_143994" align="alignnone" width="680"] Foto: Reprodução[/caption] Um dos slogans mais representativos utilizados pela ditadura militar foi recuperado pelo SBT. A emissora de Silvio Santos passou a exibir, nesta terça-feira (6), várias vinhetas de cunho nacionalista, sempre demonstrando apoio a Jair Bolsonaro. Uma delas mostra pontos turísticos do país, com o áudio: “Brasil, ame-o ou deixe-o”. As informações são do Blog Notícias da TV, do UOL. Outras mensagens dizem: “Brasil de encantos mil”, “Pra frente Brasil”, “Brasil, pátria amada”, “Brasil, terra adorada” e “Eu te amo, meu Brasil”. Esta última faz parte de uma canção da dupla Dom & Ravel, muito utilizada pelo regime militar como propaganda política. O slogan “Brasil, ame-o ou deixe-o” começou a ser usado durante o governo do general Emílio Garrastazu Médici (1969 e 1974), período marcado pela forte repressão. De acordo com a Comissão Nacional da Verdade (CNV), foram assassinadas 98 pessoas por razões políticas no governo Médici. O SBT não comenta sobre o tema. “A assessoria não irá se pronunciar por questões estratégicas”, foi a mensagem. Uma fonte do blog afirma que o uso da vinheta foi uma ordem do próprio Silvio Santos. Reação Manuela D’Ávila, deputada estadual pelo PCdoB e candidata à vice de Fernando Haddad (PT) usou seu Twitter para protestar: “’Eu te amo, meu Brasil, eu te amo, meu coração é’ e ‘Brasil: ame-o ou deixe-o’ são propagandas da ditadura militar. Nós amamos o Brasil. O de todas as cores, credos e opiniões políticas. Enaltecer a ditadura não é amar o Brasil, mas repugnar a democracia e as conquistas da Constituição de 1988. 'Brasil, ame-o ou deixe-o' não é sobre amor e patriotismo. É sobre a violência do exílio e do desterro. Tirem o cavalinho da chuva: Vamos ficar, lutar e defender a democracia. Por amor ao Brasil”, tuitou.