Porta-voz da presidência diz que massacre em escola não tem relação com decreto de Bolsonaro

No entanto, boa parte das reações entre os políticos foi na direção oposta à do comentário de Otávio Rêgo Barros e associam a tragédia ao projeto de flexibilização da posse de armas

Foto: Agência Brasil
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O general Otávio Rêgo Barros, porta-voz da presidência de República, como não poderia deixar de ser, saiu em defesa de Jair Bolsonaro. Ele declarou, nesta quarta-feira (13), que a morte de dez pessoas na escola estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, não tem relação com o decreto assinado pelo presidente, que flexibiliza a posse de armas. “O evento em São Paulo não tem relação direta com os projetos propostos pelo nosso presidente no seu programa de governo e a partir da sua assunção do governo, capitaneados também pelo Ministério da Segurança”, afirmou. Rêgo Barros respondeu a um questionamento sobre se o governo vai fazer alguma ação por meio do Ministério da Educação. “Naturalmente nós estamos muito tocados pelo evento e nós estamos a imaginar onde nós podemos colaborar para que coisas semelhantes a essa jamais retornem a acontecer no nosso país. Mas no momento, o governo não tem como adiantar e sequer teve tempo de pensar sobre eventuais campanhas ou coisas semelhantes”, completou. Reações contrárias Boa parte das reações à tragédia na escola de Suzano, no entanto, foi na direção oposta à da declaração de Rêgo Barros. O ex-presidente Lula, em mensagem, disse: “Toda solidariedade aos alunos e trabalhadores da escola Raul Brasil e aos familiares das vítimas que hoje enfrentam essa terrível tragédia. Que aqueles que incentivam a cultura do ódio e da violência entendam que não precisamos de mais armas para que massacres como o de Suzano não se tornem cotidianos em nosso país. O Brasil precisa de paz”. A ex-presidente Dilma também se manifestou: “O absurdo estarrecedor é que, neste trágico dia em que assistimos à morte de 10 pessoas e o ferimento de outras 9, o Presidente da República tenha o desplante de anunciar uma lei propondo maior acesso a armas”, afirmou.

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