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A prefeitura do Rio de Janeiro caiu na fake news difamada neste domingo (8) sobre um livro adulto que, supostamente, estava sendo vendido na Bienal do Livro. A notícia falsa foi espalhada por bolsonaristas nas redes, e a prefeitura usou a obra como argumento em seu pedido ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, para que revisasse a decisão que proibia a censura no evento. No entanto, "Gêmeas Marotas" não é um livro comercializado no Brasil, e tampouco é para crianças.
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A obra em questão, na verdade, é uma paródia feita para adultos, já que contém desenhos de personagens praticando atos sexuais. Publicado em Portugal em 2012, com tradução de Maria Barbosa, o livro não é voltado para o público infantojuvenil —na realidade, é uma sátira dos livros infantis do holandês Dick Bruna, conhecido pelo personagem Miffy, um coelhinho de traços simples.
Em uma das fotos que o embargo da prefeitura anexou, o livro das "Gêmeas Marotas" aparece exposto ao lado de etiquetas de preço em euro. De acordo com a organização da Bienal do Livro, ele não estava sendo vendido em nenhum dos estandes da feira. Em nota, a Bienal acrescentou que "a Prefeitura vistoriou o festival por dois dias seguidos e não encontrou absolutamente nada que julgasse passível de qualquer questionamento legal, como o próprio comandante da ação afirmou a jornalistas no sábado".
Além do "Gêmeas Marotas", a prefeitura voltou a usar como exemplo a HQ "Vingadores - Cruzada das Crianças", em que dois super-heróis se beijam. No entanto, segundo Dias Toffoli, a imagem do beijo não fere o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), conforme argumentava o prefeito do Rio, Marcelo Crivella.