Presidenta da associação de juristas evangélicos, que pediu liberação de cultos, publica "milagre" em cura da Covid-19

Presidenta em exercício da Anajure, que foi fundada por Damares Alves, Edna Zilli considerou a decisão de Nunes Marques, que liberou cultos presenciais, histórica: "Vem reparar inconstitucionalidades que vêm ocorrendo desde o ano passado”

Edna Zilli ao lado de Jair Bolsonaro em encontro do presidente com diretores da Anajure (Foto: Isac Nóbrega/PR)
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Presidenta em exercício da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure), organização fundada pela ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, que pediu a liberação de cultos presenciais junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), a advogada Edna Zilli compartilhou em sua página no Facebook um suposto "milagre", de um homem que teria se curado da Covid-19 após ter 100% dos pulmões comprometidos pela doença.

"Orações mudam histórias! Oremos a Jesus Cristo, ele realiza milagres", escreveu Edna na publicação, compartilhada no dia 26 de março.

Segundo o texto publicado, narrado em primeiro pessoa pela secretária de uma igreja evangélica de Curitiba, um homem chamado Orlando teria sido internado com Covid-19 e teve 100% dos pulmões comprometidos no dia 2 de março: "isto é MORTO, desenganado pela medicina, do tipo não temos o que fazer, só DEUS", escreve.

Após as orações, a mulher, identificada como Carminha Almeida, diz que Jesus "soprou nas narinas desse menino e mandou ele de volta com SATURAÇÃO 96".

Decisão histórica
Em entrevista ao R7, Edna Villi considerou a decisão de Kássio Nunes liberando os cultos e missas presenciais a partir deste domingo de Páscoa "histórica".

“A decisão proferida pelo ministro Nunes Marques é histórica, importante, e vem reparar inconstitucionalidades que vêm ocorrendo desde o ano passado”, disse ela. "“O Poder Público deve buscar maneiras de conciliar as medidas sanitárias com a proteção dos direitos e liberdades fundamentais, como a liberdade religiosa", complementou, sem tocar no aumento de número de mortos pela pandemia.

Nas redes, Edna Zilli se mostra apoiadora da Lava Jato e comemorou, em 2016, quando a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) sofreu impeachment. "Dia do fui", publicou.