Presidente da CPI do Genocídio envia depoimento de Wajngarten ao MPF, que pode mandar prender ex-secretário

Omar Aziz (PSD-AM) acolheu pedido feito por Humberto Costa (PT-PE), que aponta crime de falso testemunho de Wajngarten ao colegiado

Foto: Leopoldo Silva/Agencia Senado
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Pouco após Omar Aziz (PSD-AM) suspender a sessão da CPI do Genocídio depois tentativa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) de tumultuar o depoimento de Fábio Wajngarten, o presidente do colegiado acatou um pedido do senador Humberto Costa (PT-PE) e enviou uma cópia da transcrição da oitiva do ex-secretário de Comunicação da Presidência da República ao Ministério Público Federal (MPF).

No pedido encaminhado à procuradoria, Costa pede que o órgão tome providências criminais contra Wajngarten, que podem incluir prisão, pelo fato do ex-ministro, segundo os senadores, ter mentido ao colegiado. "É importante que o Ministério Público averigue se o depoente [Wajngarten] infringiu o Código Penal, oferecendo a esta Comissão Parlamentar de Inquérito Falso testemunho ou falsa perícia", afirma o petista em seu pedido.

A cópia do depoimento de Wajngarten e o pedido de providências será recebido pelo procurador-chefe do MPF no DF, Claudio Drewes José, que pode ou não pedir a prisão do ex-ministro.

https://twitter.com/senadorhumberto/status/1392605119296978946

Antes da sessão desta quarta-feira (12) ser suspendida, o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), já havia defendido a prisão de Wajngarten por falso testemunho.

Mentiras

Confrontado pelos senadores do colegiado, Wajngarten chegou a mentir, por exemplo, que não afirmou à revista Veja que houve incompetência do Ministério da Saúde na aquisição de vacinas contra a Covid e que estaria afastado da Secom quando foi lançada a campanha “O Brasil não pode parar”, o que não é verdade. O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), inclusive, sugeriu que o ex-ministro poderia ser preso por mentir ao colegiado.

“Eu vou, diante do flagrante evidente, pedir a prisão de Vossa Senhoria. O espetáculo de mentira que vimos aqui hoje não pode servir de precedente”, disparou o relator ao comentar sobre a declaração mentirosa de Wajngarten sobre a campanha “O Brasil Não Pode Parar”.