Pressionado, Guedes estabelece teto de gastos como "última barreira"

O ministro da Economia disse em reuniões que não aceita ver o Renda Cidadã ser colocado como exceção ao teto

Paulo Guedes - Foto: Edu Andrade/Ascom/ME
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Sem o prestígio de antes e com pressões vindas de ministros e de lideranças do centrão, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse a assessores que sua "última barreira" é a defesa do teto de gastos. A fala aumenta os rumores de uma possível saída de Guedes do governo de Jair Bolsonaro.

Segundo informações das jornalistas Renata Agostini e Daniela Lima, da CNN Brasil, reveladas nesta terça-feira (29) Guedes se revoltou com uma proposta surgida em uma reunião que apontava para a retirada do Renda Cidadã, o programa defendido pelo centrão como substituto do Bolsa Família, do teto de gastos. Uma exceção ao teto.

"O teto é a minha última barreira", teria dito o ministro, segundo fontes palacianas ouvidas pelas jornalistas.

A solução de usar precatórias e Fundeb para driblar o teto também não foi bem vista pelo ministro, mas foi aceita como uma espécie de última opção. Essa fórmula foi vista como uma espécie de "pedalada".

O governo federal prevê limitar a 2% da receita corrente líquida o gasto com precatórios (ordem para pagamento de dívidas de órgãos públicos federais). O que sobrasse, até R$ 55 bilhões, seria usado para financiar o Renda Cidadã. Além disso, o governo quer usar 5% dos recursos novos do Fundeb.

Nesta terça, o ministro ainda enfrentou a provocação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em razão da Reforma Tributária.

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