Primeira oferta de vacina foi feita em agosto com entrega em 2020, diz ex-presidente da Pfizer na CPI

Governo Bolsonaro, no entanto, só fechou primeiro contrato de compra da vacina em 8 de março de 2021, após diversas propostas feitas pela Pfizer

Ex-presidente da Pfizer, Carlos Murillo, de gravata rosa, chega ao Senado (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
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Em depoimento à CPI do Genocídio nesta quinta-feira (13), Carlos Murillo, ex-presidente da Pfizer Brasil afirmou que a primeira oferta feita pelo laboratório ao Ministério da Saúde para venda de vacinas contra a Covid-19 aconteceu no dia 14 de agosto de 2020.

Outras duas ofertas foram feitas, nos dias 18 e 26 do mesmo mês - de 30 milhões e 70 milhões de doses, respectivamente -, mas teriam sido ignoradas pelo governo Jair Bolsonaro.

Segundo Murillo, a primeira oferta contemplava a entrega de 500 mil doses da vacina ainda em 2020. Outras 6,5 milhões de doses seriam entregues no primeiro semestre, seguidas de mais 23 milhões no segundo semestre de 2021.

No dia 24 de novembro foi reiteirada a proposta anterior e no dia 15 de fevereiro, a Pfizer abriu nova negociação, com a oferta de 100 milhões de doses.

A compra só foi efetivada pelo governo Bolsonaro em 8 de março deste ano. "Este é o contrato assinado e que estamos trabalhando com o governo do Brasil neste momento", afirmou Murillo à CPI.

Um segundo contrato, assinado em abril, prevê o fornecimento de mais 100 milhões de doses, sendo 30 milhões no primeiro trimestre.

Tratativas
Segundo o executivo, o primeiro contato da Pfizer com o governo brasileiro visando a negociação da vacina aconteceu em maio de 2020 e que, além do Ministério da Saúde, o laboratório esteve em contato com representantes do Ministério da Economia, inclusive com Paulo Guedes, da Secretária de Comunicação (Secom), citando nominalmente Fabio Wajngarten.

Murillo diz ainda que se reuniu com senadores, entre eles o presidente da casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e deputados.