Prisão ou deportação de Glenn seria fim da liberdade de imprensa e fechamento do regime, diz jurista

Para Pedro Serrano, professor de Direito Constitucional da PUC-SP, seria um imenso abuso e agressão à Constituição e aos Direitos Humanos caso as ameaças de bolsonaristas contra Glenn fossem seguidas pelo governo

Glenn Greenwald (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)
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Professor de Direito Constitucional da PUC-SP, Pedro Serrano disse, em entrevista à Fórum nesta quarta-feira (24), que, embora acredite que o governo Jair Bolsonaro não seja capaz de tal ato, a deportação ou prisão do jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept, representaria o fim da liberdade de imprensa no Brasil. Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo "Eu não creio que o governo tenha capacidade de fazer isso, pois o Judiciário até impediria. E se o Judiciário não impedir, basicamente é o fim da liberdade de imprensa no país, algo extremamente grave. Não creio que vá ocorrer, mas se ocorrer o regime estará se fechando", disse Serrano. O professor acredita que  é inviável juridicamente a prisão ou deportação do jornalista, que está sendo perseguido por simpatizantes do governo. "Ele está exercitando uma atividade lícita e essencial à democracia, como jornalista. Seria um imenso abuso e agressão à Constituição e aos Direitos Humanos", diz. Blog do Rovai | Novela hacker: Prisão ou deportação de Glenn Greenwald pode ter sido autorizada na viagem de Moro aos EUA Hackers A hipótese de prisão ou deportação de Glenn Greenwald voltou à tona entre os bolsonaristas após a detenção de quatro supostos hackers teriam invadido os celulares do ministro Sergio Moro e do procurador Deltan Dallagnol, além de outras autoridades ligadas ao governo. Líder do governo Jair Bolsonaro no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP) ameaçou Glenn, tuitando que a hora de Greenwald está chegando, depois da divulgação da operação que prendeu quatro suspeitos de hackear o celular de Moro. No início de junho, Carlos Jordy (PSL-RJ), vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara, já havia atacado o jornalista por ele revelar o conluio entre Sergio Moro e os procuradores da Lava Jato. Além de sugerir a deportação de Glenn Greenwald, o parlamentar do PSL defendeu o fechamento do site The Intercept. “Senhor @ggreenwald, não pense que você é um imortal acima do bem e do mal. Você praticou ativismo jornalístico através de um ato criminoso, o que lhe faz cúmplice”, publicou à época.