Processo contra Dallagnol no CNMP movido por Kátia Abreu seguirá arquivado

Um dia após o juiz amigo de Sérgio Moro retirar da pauta um outro processo contra o procurador, Conselho do MP mantém arquivamento do processo que acusa Dallagnol de vazamento de informações sigilosas para a imprensa; há outros três PADs contra ele

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O processo administrativo disciplinar (PAD) contra o procurador Deltan Dallagnol no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) levantado pela senadora Kátia Abreu não será desarquivado. O placar de 8 a 3 a favor da manutenção do arquivamento se consolidou nesta terça-feira (27) em votação realizada um dia depois de juiz amigo de Sérgio Moro retirar da pauta do conselho um outro processo contra o procurador por ter atacado ministros do STF em entrevista à rádio CBN. O relator do processo, Luiz Fernando Bandeira, indicou o desarquivamento e foi acompanhado por outros dois conselheiros. O processo levantado pela senadora Kátia Abreu (PDT-TO) aponta desvio de função do coordenador da Operação Lava Jato ao compartilhar reportagem publicada pelo Estadão que trazia informações sigilosas sobre investigação que envolvia a senadora. O corregedor nacional do Ministério Público, Orlando Rochadel, abriu divergência do relator e foi acompanhado por outros sete membros, incluindo a Procuradora-Geral da República, Rachel Dodge, garantindo um placar de 8 a 3 em favor da manutenção do arquivamento. Como são 14 membros, se consolidou a maioria em favor de Dallagnol. Dois conselheiros ainda não votaram. Erick Venâncio, indicado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), solicitou pedido de vistas para analisar o processo com mais cautela e Leonardo Accioly, também indicado pela OAB, não antecipou seu voto devido à solicitação de Venâncio. Vaza Jato e outros PADs O procurador é alvo de outros três PADs no CNMP. Um deles foi suspenso pelo juiz Nivaldo Brunoni, amigo de Moro, e irritou conselheiros. Esse processo trata de entrevista à rádio CBN em que Dallagnol ataca os ministros do STF Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. O coordenador da Operação Lava Jato também é alvo de investigação sobre as mensagens da Vaza Jato, reaberta no dia 13 de agosto. Um terceiro tem a ver com uma acusação feita pela senador Renan Calheiros (MDB-AL) de que Deltan influenciou na eleição do Senado.