Procurador confessa alinhamento político e diz que Bolsonaro era o candidato da Lava Jato

"Existem lava-jatistas que são a favor do Bolsonaro. Muito difícil seria ser a favor de um candidato que vinha de um partido que tinha o objetivo claro de destruir a operação", disse Carlos Fernando, em referência a Fernando Haddad. Assista ao vídeo

Carlos Fernando Santos Lima e Deltan Dallagnol (Reprodução/Youtube)
Escrito en POLÍTICA el
Em debate neste domingo (25) sobre a operação Lava Jato no programa "Painel", da Globo News, o ex-procurador da operação, Carlos Fernando dos Santos Lima, confessou que a força-tarefa tinha um candidato "preferido" na época das eleições, alegando que "os lava-jatistas eram a favor do Bolsonaro". A reportagem desta segunda-feira (26) de Reinaldo Azevedo ressalta que este tipo de pronunciamento ajuda a embasar as acusações de que a operação possui um alinhamento político. Se você curte o jornalismo da Fórum clique aqui. Em breve, você terá novidades que vão te colocar numa rede em que ninguém solta a mão de ninguém "Infelizmente, no Brasil, nós vivemos um maniqueísmo, né? Inclusive, no sistema de dois turnos, faz com que as coisas aconteçam dessa forma. É evidente que, dentro da Lava Jato, dentro desses órgãos públicos, de centenas de pessoas, existem lava-jatistas que são a favor do Bolsonaro. Muito difícil seria ser a favor de um candidato que vinha de um partido que tinha o objetivo claro de destruir a Lava Jato", disse o procurador no debate. Ao ser questionado pela jornalista Renata Lo Prete se estava se referindo ao candidato Fernando Haddad, Carlos Fernando responde confirmando. "A Fernando Haddad, obviamente. Infelizmente, um lado escolheu o outro. E, naturalmente, na Lava Jato, muitos entenderam que o mal menor era Bolsonaro. Eu creio que essa era uma decisão até óbvia, pelas circunstâncias que Fernando Haddad representava justamente tudo aquilo que nós estávamos tentando evitar, que era o fim da operação. Agora, infelizmente, o Bolsonaro está conseguindo fazer", acrescentou. Carlos Fernando se aposentou da operação em setembro do ano passado. Em julho deste ano, o ex-integrante da força-tarefa foi citado em uma das levas de mensagens divulgadas pela Vaza Jato, em episódio de bate-boca com o procurador Deltan Dallagnol por conta da interferência do ex-juiz Sergio Moro nas negociações para delação de executivos da Camargo Corrêa. Carlos Fernando reclama com Dallagnol da falta de “liberdade” para negociar os termos e diz que o que é pedido é “jogar para a plateia, dobrar demasiado o colaborador, submeter o advogado”. https://twitter.com/LuuhSoares1313/status/1165639542860320769?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1165639542860320769&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.diariodocentrodomundo.com.br%2Fvideo-bolsonaro-esta-destruindo-as-instituicoes-do-pais-diz-procurador-da-lava-jato-carlos-fernando%2F