Procurador diz que bolsonarista Ailton Benedito debocha de ações e expõe racha na PGR

"Abstenha-se de debochar de ações de colegas seus. Uso o termo “colega” como mera formalidade, pois seu MPF não é o mesmo que o meu", tuitou o procurador Emanuel de Melo ao secretário de Direitos Humanos da PGR, ultraconservador alinhado ao bolsonarismo

Damares Alves com o secretario de Direitos Humanos da PGR, Ailton Benedito (Reprodução/Twitter)
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O procurador federal Emanuel de Melo Ferreira, do Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte, expôs o racha dentro do órgão ao criticar pelas redes sociais nesta terça-feira (15) o que classifica como "deboche" do secretário de Direito Humanos da Procuradoria-Geral da República, Ailton Benedito, um dos mais alinhados ao ultraconservadorismo do governo Jair Bolsonaro.

"@AiltonBenedito você não sabe nem o que é direito, tamanho o anti-intelectualismo que professa. Então, abstenha-se de debochar de ações de colegas seus. Uso o termo “colega” como mera formalidade, pois seu MPF não é o mesmo que o meu", afirmou Melo, ao compartilhar um print do "deboche" de Benedito em relação à uma ação dele e do procurador Fernando Rocha contra o ex-candidato à deputado estadual do PSL, Daniel Sampaio (PSL-RN), que estaria propagando fake news envolvendo a Universidade Federal Rural do Semi-árido (Ufersa), localizada em Mossoró.

https://twitter.com/EmanuelMeloF/status/1305993134489378817

No tuíte compartilhado, Benedito compartilha o release do MPF sobre a ação dos procuradores no Rio Grande do Norte, com o título "MPF combate fivulgação de fake news contra universidades" com um texto em tom de ironia.

"As universidades brasileiras são instituições de educação, caracterizadas por pluralidade de ideias, ampla liberdade de conhecimento, informação e opinião, formadas por excelentes professores e alunos, os melhores do mundo, candidatos ao Prêmio Nobel em diversas áreas", escreve Benedito.

Segundo informações obtidas pela Fórum, a declaração do procurador do Rio Grande do Norte revela um descontentamento entre procuradores considerados técnicos dentro do MPF com a ala ideológica que ganhou espaço no órgão com a ascenção de Jair Bolsonaro à presidência da República e de Augusto Aras ao comando da PGR.