PSL de Bolsonaro criou candidata laranja para receber verba pública de R$400 mil

Maria de Lourdes Paixão, que é secretária do PSL de Pernambuco e obteve apenas 274 votos para deputada federal, recebeu a terceira maior verba de fundo eleitoral do partido, maior que a do próprio presidente Jair Bolsonaro

Bolsonaro e Luciano Bivar (Reprodução)
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Reportagem publicada neste domingo (10) no jornal Folha de S. Paulo revela que, além do caso das candidatas-laranja em Minas Gerais, o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, teria criado uma candidata laranja em pernambuco que recebeu R$400 mil do fundo eleitoral. A suposta fraude teria sido articulada por Luciano Bivar (PSL-PE), recém-eleito segundo vice-presidente da Câmara dos Deputados. "Maria de Lourdes Paixão, 68, que oficialmente concorreu a deputada federal e teve apenas 274 votos, foi a terceira maior beneficiada com verba do PSL em todo o país, mais do que o próprio presidente Jair Bolsonaro e a deputada Joice Hasselmann (SP), essa com 1,079 milhão de votos. O dinheiro do fundo partidário do PSL foi enviado pela direção nacional da sigla para a conta da candidata em 3 de outubro, quatro dias antes da eleição. Na época, o hoje ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, era presidente interino da legenda e coordenador da campanha de Bolsonaro, com foco em discurso de ética e combate à corrupção", diz a matéria. A prestação de contas de Lourdes Paixão, que é secretária administrativa do PSL de Pernambuco, mostra que ela gastou 95% desses R$ 400 mil em uma gráfica para a impressão de 9 milhões de santinhos e cerca de 1,7 milhão de adesivos, entre 3 e 6 de outubro. O primeiro turno das eleições foi no dia 7. Para fechar a conta, teriam que ter sido distribuídos, neste período, 750 mil santinhos por dia, ou sete panfletos por segundo caso a distribuição fosse feita por 24 horas ininterruptas.  A Folha informa que visitou os endereços informados pela gráfica na nota fiscal e na Receita Federal e não encontrou sinais de que ela tenha funcionado nesses locais durante a eleição." "Recebi um valor expressivo do partido, mas acontece que quando eu vim receber já era campanha final, entendeu, e não deu tempo para eu me expandir", justificou a secretária do PSL pernambucano. Confira a íntegra da matéria aqui.