PSOL pede ao MPF que investigue presença de espiões de Bolsonaro na Cúpula do Clima

Partido pede esclarecimentos dos ministros Augusto Heleno e Ernesto Araújo. Governo enviou agentes da Abin ao evento ocorrido em Madri, em dezembro de 2019, para vigiar ONGs críticas ao Brasil

Ministros Augusto Heleno e Ernesto Araújo, com o presidente Jair Bolsonaro e o vice Hamilton Mourão (foto: TV Verdes Campos)
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A presença de ao menos quatro agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) na delegação brasileira que participou da Cúpula do Clima de Madri, em dezembro de 2019, pode ser alvo de investigação do MPF (Ministério Público Federal).

A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados entrou com o pedido formal nesta quinta-feira (15) para que os ministros Augusto Heleno (Segurança Institucional) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores) prestem esclarecimentos sobre a presença dos agentes na delegação brasileira e a razão pela qual a ligação deles com a Abin foi omitida do Congresso Nacional em seu momento.

Segundo reportagem do Estadão, os espiões tiveram como missão o monitoramento de organizações que costumam ter discurso crítico às políticas do Brasil com relação ao meio ambiente. O PSOL pede que o MPF apure se a omissão desse fato poderia configurar ato de improbidade administrativa e crime de responsabilidade por parte dos ministros Heleno e Araújo.

“O monitoramento conduzido por parte do Gabinete de Segurança Institucional, em parceria com o Ministério das Relações Exteriores, aliado à omissão e manipulação de informações ao Poder Legislativo em documentos oficiais, é mais uma peça do quebra-cabeça autoritário que visa a desmontar a Constituição democrática de 1988 (…) o Ministério das Relações Exteriores teve a clara intenção de omitir informações ao Congresso Nacional. É uma tentativa de esconder informações e desviar da tentativa de fiscalização ­- legítima e legal - por parte do Poder Legislativo”, diz a nota oficial da bancada do PSOL a respeito da denúncia