PT quer investigação de Braga Netto por compra de filé mignon, picanha e camarão

Auditoria do TCU aponta que os R$ 535 mil reais usados para a compra das iguarias seriam destinados ao combate à Covid-19

O líder do PT na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (Foto: Lula Marques)Créditos: Câmara dos Deputados
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O PT, por intermédio do seu líder na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (MG), solicitou que o Ministério Público Federal (MPF) do DF investigue o ministro da Defesa de Jair Bolsonaro, o general Walter Braga Netto.

A motivação foi a autorização do militar para que a pasta gastasse recursos destinados ao combate à Covid-19 para a compra de filé mignon, picanha e camarão.

“É fácil concluir que a falta de destinação destes recursos para as políticas públicas de enfrentamento à pandemia, que deveria atender à população vulnerável, gera ainda mais ônus ao sistema de saúde, comprometendo leitos, esforços dos profissionais de saúde e, consequentemente, recaindo sobre a população mais carente”, destacou Lopes na representação à Procuradoria da República no Distrito Federal.

O parlamentar pediu, ainda, ao MPF que Braga Netto seja condenado por danos morais e materiais à sociedade.

A pasta gastou mais de meio milhão de reais na compra de itens alimentícios de luxo, concluiu TCU

Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou que o Ministério da Defesa, responsável pelas Forças Armadas, gastou em 2020 mais de meio milhão de reais de recursos que deveriam ser utilizados no combate à pandemia do coronavírus com itens alimentícios de luxo e não essenciais, como picanha, file mignon, camarão e bebidas alcoólicas.

A partir de apuração sobre supostas irregularidades na compra de alimentos no governo desde 2017, foram descobertos gastos de R$ 535 mil, por parte da Defesa, com esses itens, que ainda incluem, por exemplo, bacalhau e salmão.

Esse dinheiro, de acordo com o TCU, veio a partir da ação orçamentária “21C0 – Enfrentamento da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional decorrente do Coronavírus“. Ou seja, tratavam-se de recursos destinados ao custeio de políticas de combate à Covid-19.