“PT vai assinar nova CPI da Covid, mas quero aprofundar o debate”, diz Humberto Costa

O senador declarou que receia que, em função da eleição, que já é um fato concreto, “não se consiga envolver a população, como ocorreu na primeira comissão”

Foto: Reprodução/YouTube Fórum
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O senador Humberto Costa (PT-PE) declarou, nesta quinta-feira (13), que tem dúvidas em relação à instalação de uma nova CPI da Covid. Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou no Senado, na terça (11), requerimento solicitando a abertura de outra Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar ações e omissões do governo de Jair Bolsonaro (PL) na pandemia do coronavírus.

“Eu tenho algumas dúvidas. A primeira CPI prestou um grande serviço ao Brasil e chegou a conclusões importantes. Agora, os desdobramentos não dependem de nós. Eu receio que, em função da eleição, que já é um fato concreto, não se consiga envolver a população, como ocorreu na primeira comissão”, afirmou Costa, em entrevista ao Fórum Onze e Meia.

Mesmo assim, o senador garantiu apoio à eventual nova CPI. “O PT vai assinar e participar, mas acredito que seja importante aprofundar mais o debate”, destacou Costa.

“Não podemos banalizar um instrumento tão importante. Muito do desagaste atual de Bolsonaro vem das verdades reveladas pela CPI. Por isso, acredito que é preciso fazer com que a nova comissão seja um fato novo e não requentar o que já ocorreu”, ressaltou.

“A federação é importante, pois ajudará a governança do presidente Lula, em caso de vitória”, disse Costa

Em relação à federação partidária, o senador petista se posicionou totalmente favorável. “Há um sentimento no PT de que a federação é muito importante, pois ajudará a governança do presidente Lula, em caso de vitória. Com isso, poderemos eleger perto de 140 deputados. Para chegar à maioria de 257 é um passo. Todo mundo ganha”, avaliou.

Apesar da posição, Costa acrescentou: “A ideia é boa, mas existem problemas, pois, no caso de dar certo, a federação significará que os partidos ficarão juntos por quatro anos. Teremos de ter a capacidade de construir unidade política”, apontou.

Ainda de acordo com o parlamentar, se o cenário for na direção da federação, o PT terá de diminuir seus candidatos. Porém, caso não ocorra, o partido, na opinião de Costa, tem todas as condições de montar chapas fortes e competitivas.

“O importante é mudar o quatro atual. Hoje, o Executivo é refém do Centrão. Ou marchamos para o parlamentarismo efetivo ou voltamos ao sistema no qual o Executivo seja responsável por governar”, afirmou.

O senador reafirmou sua posição favorável à chapa Lula-Alckmin para a eleição presidencial

A possível construção da chapa Lula-Alckmin agrada ao senador. “É uma saída positiva. Desejo e trabalho por essa possibilidade concreta”. Costa aproveitou para desmentir que Lula esteja irritado com a demora nas articulações do PT com o PSB. “Não corresponde à realidade”.

Em relação ao seu futuro político, o parlamentar disse que as negociações vão na direção de uma chapa Lula para presidente, Paulo Câmara (PSB), governador de Pernambuco, para senador, e Humberto Costa para governador. "Seria imbatível".

“Porém, o PSB é forte em Pernambuco e pode querer manter sua hegemonia no estado. Mas acredito que a proposta pode dar certo para construir algo mais longo. Tenho um ótimo diálogo com o governador”, disse.

Assista à íntegra da entrevista:

https://www.youtube.com/watch?v=8e9bVPHDXEw