Queiroz diz que "estava certo" ganhar cargo de Flávio ou Bolsonaro após as eleições de 2018

Em depoimento no presídio de Bangu, o ex-assessor confirmou que o filho do presidente tinha conhecimento do esquema de rachadinhas. "Não acredito que tu tenha feito isso, não acredito", teria dito o senador

Fabrício Queiroz (Foto: Reprodução/SBT)
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O ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, preso desde o dia 18 de junho, disse em depoimento no presídio de Bangu 8, no Rio de Janeiro, que acreditava que iria trabalhar com Jair Bolsonaro ou com seu filho após as eleições de 2018.

"Com um ou com outro", disse. Ao ser questionado se seria em Brasília, Queiroz confirmou: "Era o certo, não é? Acho que sim. Só se eles não quisessem". O depoimento foi exibido pelo Jornal Nacional, na edição desta segunda-feira (3).

Em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), o senador chegou a confirmar que Queiroz hoje seria seu funcionário no Senado. “Expectativa era que ele viesse comigo mesmo. Sempre foi uma pessoa da minha confiança", disse.

No depoimento em Bangu, o ex-assessor também afirmou que deu "satisfação" a Flávio Bolsonaro sobre o esquema de rachadinhas em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

"Eu tive um contato com o senador - ele não era senador, era deputado, mas já estava eleito. Eu dei satisfação a ele do que aconteceu. Ele estava muito chateado, revoltado. Ele falou: 'Não acredito que tu tenha feito isso, não acredito'", disse.

Nesta segunda, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a derrubada da liminar que concedeu prisão domiciliar a Queiroz e sua esposa, Márcia Aguiar.

O subprocurador Roberto Luís Opperman Thomé pede que a decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, seja integralmente revista para que seja respeitado o entendimento de que não cabe a concessão de benefício a foragidos da Justiça.