Ex-CEO da Record, deputado cita rusga com Bolsonaro por falta de atenção à Igreja Universal em Angola

Em entrevista à mídia portuguesa, Aroldo Martins, que é bispo licenciado, cobra posicionamento de Bolsonaro sobre processos da igreja de Edir Marcedo no país africano e ameaça abandonar campanha à reeleição

Jair Bolsonaro com Edir Macedo e Aroldo Martins (Montagem)
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Bispo licenciado da Igreja Universal e ex-CEO da Record Internacional, o deputado Aroldo Martins (Republicanos-PR) reclamou do posicionamento de Jair Bolsonaro (Sem partido) sobre os processos que a igreja de Edir Macedo sofre em Angola.

"Nós tivemos um café da manhã com o Presidente na ocasião em que surgiram essas notícias [sobre Angola] e ele, muito informalmente, disse: 'não adianta, as pessoas em Angola não ouvem. Não gostam de mim', por aquilo que no exterior se fala sobre o Presidente Bolsonaro. Então, ele viu a situação como algo em que nada poderia fazer, que pudesse ajudar", afirmou Martins à Agência Lusa de Notícias, divulgada em muitos sites de Portugal.

Membro da bancada evangélica, o deputado diz que insistiu em um posicionamento e que a negativa de Bolsonaro causou "rusga" na relação com os parlamentares da igreja.

"Eu discordei. Eu disse: 'Presidente, uma manifestação sua, mesmo que não ajude do ponto de vista das Relações Exteriores, sempre será um peso'. Mas ele apoia-nos, nós o apoiamos, tivemos uma pequena rusga porque, realmente, não foi dada aquela atenção institucional do Governo brasileiro como nós gostaríamos que fosse. (…) Esperávamos que um pouco mais fosse feito e ainda esperamos", disse, em tom de cobrança.

Martins ainda ameaçou abandonar o governo e a campanha à reeleição, dizendo que não gostaria de agir contra uma posição "ideológica", mas ressaltando que "o voto é livre".

"Prefiro, como deputado federal e partícipe da IURD, melhor para mim dizer, e isso falo abertamente, que a nossa posição não é política, mas sim ideológica. Então, é pró-família, (…) família tradicional, costumes cristãos, conservadores no sentido de conceitos que formaram a sociedade (…). Com isso, o nosso pensamento é mais próximo àquilo que o Governo Bolsonaro faz, crê e pratica. Por isso, eu não gostaria de agir na segunda hipótese, mas o voto é livre e o poder está na mão do povo".