Regina Duarte é alvo de processo por apologia à tortura

Em maio, a ex-secretária de Cultura disse que "não quer um cemitério nas costas" e que tortura sempre existiu

Reprodução/CNN Brasil
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Fora da Secretaria Especial de Cultura desde o dia 10 de junho, a atriz Regina Duarte virou alvo de processo por apologia à tortura em razão das declarações ditas por ela durante entrevista à rede CNN Brasil em que minimizou a prática.

A autora da ação foi a jornalista Lygia Jobim, filha do diplomata José Jobim, que foi sequestrado e morto pela ditadura militar de acordo com a Comissão Nacional da Verdade.

Em entrevista ao jornalista Bolívar Torres, do O Globo, ela disse que ficou "horrorizada com a forma como ela naturalizou a tortura" durante a entrevista à CNN em 7 de maio. "Não há liberdade de expressão que abarque a apologia a crimes. É um acinte a todos os que foram afetados pela violência", declarou.

Na ocasião, Duarte disse o seguinte: "Cara, vou te falar uma coisa, na humanidade não para de morrer gente. Por que as pessoas ficam 'ó' 'ó'? Sempre houve tortura. “Não quero arrastar um cemitério de mortes nas minhas costas".

Ao ser questionada sobre o período da ditadura, a atriz ainda cantou uma música a “Pra Frente Brasil”, que virou um dos hinos da Copa de 1970 e foi usada quase como um slogan do governo militar naquele período.

Em artigo publicado no Blog de Fausto Macedo, no Estado de S. Paulo, Duarte sustenta que não cantou marchinha da ditadura para fazer apologia à tortura, mas sim “com o sonho de brasilidade e união que venho defendendo ao longo de toda a minha vida”.