Relator da Comissão Interamericana de Direitos Humanos condena novo ataque de Bolsonaro a jornalistas

Para Edison Lanza, o Brasil enfrenta "cada vez menos garantias para a liberdade de imprensa" por conta das falas do presidente

Foto: Reprodução
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O relator especial sobre liberdade de expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), Edison Lanza, foi às redes sociais nesta terça-feira (5) para condenar os ataques do presidente Jair Bolsonaro a jornalistas nesta manhã.

Na saída do Palácio do Alvorada, o ex- capitão se dirigiu aos profissionais com uma cópia do jornal Folha de S.Paulo em mãos e, sem responder perguntas, fez um pronunciamento no qual, por dois momentos, mandou uma jornalista “calar a boca”.

“Estou tendo influência sobre a Polícia Federal? Isso é uma patifaria. Cala a boca, não perguntei nada. Cala a boca, cala a boca. Não tenho nada contra o superintendente do Rio de Janeiro e não interfiro na PF", disse. Bolsonaro também afirmou que "canalha é elogio pra Folha de S.Paulo”.

No Twitter, Lanza condenou as palavras do presidente brasileiro. "O presidente do #Brasil @jairbolsonaro descreve o jornal @folha como "canalha", o mais lido no país, por questionar a destituição e substituição de diretores da Polícia Federal. Cada vez menos garantias de liberdade de imprensa e mídia independente", escreveu.

Os ataques do presidente a jornalistas se tornou uma rotina no Palácio da Alvorada. Inúmeras vezes Bolsonaro se recusou a dar entrevistas por não concordar com reportagens sobre seu governo.

Neste domingo (3), durante ato golpista em Brasília, jornalistas foram agredidos e ameaçados por manifestantes pró-Bolsonaro. Um fotógrafo chegou a ser derrubado por duas vezes e chutado pelas costas.

Confira:

https://twitter.com/EdisonLanza/status/1257698311152242688