Relatório da CPI vai sugerir indenização às vítimas da pandemia, diz Renan

Parlamentares destacaram que o suposto "tratamento precoce" levou milhares de pessoas à morte

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
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O relator da CPI do Genocídio, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou nesta quarta-feira (11), que o relatório final da comissão vai sugerir indenização do Estado às vítimas da pandemia de Covid-19. A declaração foi dada durante depoimento de Jailton Barbosa, diretor-executivo da farmacêutica Vitamedic, empresa produtora da Ivermectina, medicação que não tem eficácia comprovada contra a doença, mas foi defendida pelo presidente Jair Bolsonaro e apoiadores como "cura".

"Esta Comissão Parlamentar de Inquérito deverá ter no seu relatório final uma recomendação às advocacias dos Estados, da União nos Estados, em solidariedade às pessoas que perderam entes queridos e a muitos deles que estão sequelados, que a advocacia ajude essas pessoas a entrarem na Justiça, pedindo a indenização por esse crime absurdo", declarou Renan, relator da CPI. O parlamentar se referia principalmente às pessoas que acreditaram no falso "tratamento precoce", alardeado por figuras como a oncologista Nise Yamaguchi.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice da comissão, sugeriu que o relatório responsabilize a União e farmacêuticas por essas mortes. "Queria sugerir que no relatório final fosse responsabilizada a União pelas vítimas da covid-19 e por todas aquelas pessoas que tiveram eventuais efeitos colaterais no tratamento com medicamentos que não têm eficácia comprovada", disse.

Calheiros prontamente concordou. "Sobretudo da Vitamedic, que é a empresa que nós estamos ouvindo agora, através do Sr. Jailton", disse.

"Queria sinceramente que todos os brasileiros que foram prejudicados já de imediato procurassem a Defensoria Pública, procurassem a assessoria jurídica necessária e buscassem, primeiro, a indenização para aquelas famílias, para aqueles familiares que foram tirados pela covid, busquem essa indenização por parte da União", disse ainda Randolfe.

O primeiro a trazer o tema à tona na comissão foi o presidente Omar Aziz (PSD-AM) dizendo que iria fazer um apelo à Defensoria Pública do Amazonas pedindo que ajudem as famílias a processarem "pessoas que induziram os pacientes à morte". Aziz pediu para a "Defensoria fazer uma ação em nome dessas pessoas que foram medicadas com isso e foram a óbito acreditando nisso, principalmente aqueles que estão hoje com problemas hepáticos por terem tomado em excesso medicação".

COm informações do Senado e de O Globo