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De acordo com a coluna de Mônica Bergamo, desta quinta-feira (21), o Sindipol-DF (Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal) reencaminhou à diretoria-geral da Polícia Federal (PF) um relatório feito por psicólogas da Unb (Universidade de Brasília) sobre assédio moral na instituição.
O resultado é, no mínimo, alarmante: 83% dos agentes entrevistados se sentem desvalorizados no trabalho, 74% se sentem indignados, 39%, inúteis, 46% têm “emoções de raiva” e 18%, de “medo”.
O trabalho mostra ainda que “alguns sujeitos verbalizaram o desejo de ‘matar delegados’”. E conclui: “Todos os dados apontam para a existência de assédio moral e terror psicológico” na instituição.
O relatório, que ficou pronto há três anos, foi encaminhado pela primeira vez às autoridades e permaneceu em sigilo até agora. De acordo com Flávio Werneck, presidente do Sindipol-DF, a entidade decidiu voltar ao assunto e levantar o sigilo porque a situação não se resolveu.
Wernek diz que “as próprias psicólogas nos orientaram a divulgar os dados, para evitar uma tragédia”. De acordo com ele, as profissionais chegam a atender 30 policiais por semana.
Questionada pela coluna, a Polícia Federal não se manifestou até o fechamento desta edição.
Problema antigo na PF
O problema não é novo dentro da instituição. Em 2012, outra pesquisa realizada também pela UNB apontava, ainda que de forma branda, que “a relação com os chefes denota clara e evidente insatisfação e desmotivação no trabalho pela falta de reconhecimento pelas atividades planejadas e realizadas”.
As pesquisaa da UNB são recorrentes na instituição e apontam problemas desde 2009. Na época, outro trabalho apontou um quadro idêntico, indicando uma ''polícia fragmentada pela falta de comunicação aberta entre chefia e subordinados, e marcada pela contradição do lema quase militar 'hierarquia e disciplina' em uma organização democratizada há menos de 25 anos pela Constituição de 1988'', descrevia o relatório.