Requião diz que Lula é “virtualmente o próximo presidente da República”

Ex-governador comentou também sobre a candidatura Moro e uma possível chapa do ex-presidente com Alckmin

Requião no Onze e Meia. Foto: Reprodução
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O ex-senador e ex-governador do Paraná, Roberto Requião (MDB), afirmou no programa Fórum Onze e Meia, nesta terça-feira (2), que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é “virtualmente o próximo presidente da República”.

“Eu acho que não adianta mais. O Bolsonaro está sendo reduzido à sua verdadeira expressão eleitoral, a inconsequência de uma parte do eleitorado brasileiro que vai ficar entre 10% e 15%. Se o Moro afastar o Bolsonaro, ele vai ficar também entre 10% e 15%. Eu acho que rigorosamente não vai a lugar algum”, disse e completou: “na minha opinião, o Lula é virtualmente o próximo presidente da República”.

Moro

Requião disse ainda que considera Sérgio Moro candidato à Presidência um paradoxo. “É uma coisa estranhíssima essa insistência em cima da figura fabricada do Moro. Na minha opinião, isso não vai a lugar algum. Eles construíram lá atrás o Collor. Eles construíram o Bolsonaro, mas o Sérgio Moro já foi desconstruído agora, antes de ser candidato. Todo mundo já sabe quem ele é: um irresponsável que foi desautorizado de forma praticamente absoluta pelo STF. Eu acho que essa aventura acabou por aí. Já não deu certo”, disse.

Evolução de Lula

Requião disse ainda que Lula evoluiu de forma extraordinária no período em que esteve preso, “conversando com lideranças do mundo inteiro e é a única possibilidade que a gente tem pra sair desse embrulho em que nos metemos”, avisou. “Eu só gostaria de uma afirmação mais clara dos objetivos da campanha. Nós precisamos de uma proposta clara que coloque a população pobre do Brasil na titularidade dos seus direitos à educação, à saúde, à evolução e a participar do processo civilizatório do Brasil”, completou.

Alckmin: “bobagem”

Sobre a chapa Lula e Geraldo Alckmin (PSDB), Requião diz achar besteira. “Acho o Alckmin um cara sério. Ele é um membro da Opus Dei, que é uma organização católica extremamente conservadora, que questiona, inclusive, o Vaticano”, afirmou. “Acaba sendo um simulacro do ‘malafaismo’, do velho Malafaia. Eu acho bobagem. Você não vai ouvir da minha boca que o Alckmin é um picareta, é um bandido. Não o vejo desta forma. Mas acho absolutamente desnecessária essa guinada pra direita”, reclamou. “O Alckmin não traz voto. Ele traria uma garantia hipotética de acordo com o capital. E com isso, nem eu e nem o Papa Francisco concordamos”, encerrou.