Na primeira pergunta em seu depoimento à CPI do Genocídio, o deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo Jair Bolsonaro (Se partido) na Câmara, protagonizou um bate-boca com o relator, Renan Calheiros (MDB-AL).
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Após exibir vídeo em que Luís Miranda (DEM-DF) confirma que o deputado foi citado durante conversa com Bolsonaro, em que denunciou o esquema de corrupção na compra da Covaxin, Barros reagiu irritado.
"No depoimento, senhor relator… Você vai me permitir responder, relator?", disse Barros irritado. "Vou me permitir passar o vídeo novamente", respondeu Renan.
Barros aumentou o tom e apontou o dedo para Renan dizendo que o "deputado Luís Miranda não afirmou em nenhuma de suas entrevistas, nem no depoimento da Polícia Federal, que eu tivesse envolvimento no caso Covaxin".
O governista Marcos Rogério (DEM-RO) emendou gritando com o relator: "Não vai ser no grito…"
Tucunaré
Com a confusão, o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM) interferiu e chamou a atenção de Barros.
"Por favor, vossa excelência responda à pergunta. Os seus comentários sobre a CPI você fala daqui para fora", disse Aziz.
"Deixa eu lhe dizer uma coisa: no meu estado, o caboclo é sábio. Muito sábio. E aquele cara que morre pela boca é chamado de tucunaré. O senhor respeite a CPI. Nós não criamos versão, não. São fatos. E aqui o deputado Luís Miranda disse claramente que a pessoa que se referia era vossa excelência", afirmou o presidente da comissão, antes de interromper a sessão pela primeira vez para recuperar trecho do depoimento de Luís Miranda.