Ricardo Barros comenta interrupção em coletiva de Guedes: "Combina primeiro, anuncia depois"

Guedes começava a falar sobre a suposta criação de um novo imposto a jornalistas quando foi forçado pela 'tropa de choque' do governo a abandonar a entrevista

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Dois dias após a cena humilhante imposta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), resolveu comentar o assunto, e tentou minimizar a situação, dizendo que Guedes é o "ministro mais forte" da atual gestão federal.

Na quarta-feira (25), o ministro da Economia participava de uma entrevista coletiva em que começava a falar da suposta criação de um novo imposto, quando foi interrompido, "abraçado" e escoltado pelo secretário de governo, o general Luiz Eduardo Ramos, e por Barros - que impuseram o fim da entrevista.

Quando os jornalistas perguntaram, o outrora “superministro” interrompeu sua “fuga” para dizer “agora tem a articulação política”. Porém, segundos antes de dizer essa frase, é possível ver que ele aponta o polegar para Ramos, dando a entender que sua saída era por pressão do ministro-general.

Em entrevista à CNN Brasil nesta sexta-feira (25), Barros disse que a interrupção se deu para evitar "ruídos", visto que não haveria consenso sobre a proposta de Guedes no governo. "Combina primeiro, anuncia depois", disparou o deputado.

"O que nós procuramos evitar agora é que se adiantem temas que ainda não estão consensados e que, com isso, se crie um ruído que atrapalha a articulação política", completou o líder na Câmara.

Barros, no entanto, tentou minimizar e enalteceu Guedes, já que nos bastidores políticos, após o episódio, especula-se que o ministro tenha perdido força e esteja sendo "tutelado" pelo Planalto. "Ele é o que tem a maior capacidade de induzir as decisões do governo. Até porque todos os ministérios querem gastar e ele tem que manter o rigor fiscal, o teto de gastos e orientar, portanto, essa condução de como o governo deve caminhar", pontuou.