Roberto Jefferson diz que "vai ter sangue" se Maia protocolar impeachment de Bolsonaro

Usando a "dedução", o ex-deputado federal tem propagado tese de que o presidente da Câmara trama um "golpe" contra Bolsonaro

Foto: Marcello Casal Jr./Agência BrasilCréditos: Marcello Casal/Agência Brasil
Escrito en POLÍTICA el

O ex-deputado federal Roberto Jefferon, presidente do PTB, afirmou que "a direita vai para a rua" e anteviu conflitos armados caso o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decida iniciar tramitação de processo de impeachment contra Jair Bolsonaro.

Jefferson, um clássico nome da "velha política" que Bolsonaro diz combater tem sido usado pelos bolsonaristas para sustentar uma tese de Maia trama um golpe. Em entrevista a Andreza Matais, do Estado de S. Paulo, ele assume que tudo não passa de "dedução" dele.

"É uma dedução minha. Deputados estão me falando que o Rodrigo vai acelerar o projeto de reeleição [para os comandos da Câmara e do Senado, proibido na mesma legislatura]. E as atitudes do Rodrigo mostram o confronto aberto com o Executivo", afirmou.

Durante a entrevista, ele reforçou a tese de que Maia está reunido com a esquerda, governadores e com o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz. Para ele, quem comanda o "golpe" é Fernando Henrique Cardoso.

"Se o Congresso fizer isso [impeachment], nós temos que ir para as ruas e apostar em qualquer jogo. E os militares vão ser chamados a agir. Se essa turma do vermelho achar que vai mudar o jogo peitando, fazendo um golpe legislativo para tirar um governo legal, vai encontrar resistência forte, à altura da agressão. E vai acabar tendo de ter uma intervenção até para estabilizar o que está ocorrendo por parte das Forças Armadas", declarou.

Ele nega uma intervenção militar e fala em "intervenção nas ruas". "Aí eu não sei como vai ser. Se a esquerda fizer qualquer ação para tirar o Bolsonaro, vai encontrar a direita na rua. Vai ter sangue", completou.